Autoridades econômicas do G-20 firmaram um compromisso para não desvalorizar suas moedas em busca de ganhar competitividade no comércio global.
A mensagem representa um esforço para minimizar o clima de conflito sobre o tema, que ficou conhecido como "guerra cambial" após queixas recorrentes de países afetados, em especial o Brasil.
Após um encontro de dois dias na Rússia, os representantes concluíram um comunicado conjunto reafirmando que os membros evitarão desvalorizações de suas moedas e resistirão a outras formas de protecionismo. No texto, grupo admite que tais medidas têm efeitos adversos na estabilidade econômica global.
"Política monetária deve ser direcionada para estabilidade de preços domésticos e à continuidade da recuperação econômica", afirma o comunicado.
Os ministros e chefes dos bancos centrais também defendem a adoção de "estratégias críveis no médio prazo" para reduzir seus deficit orçamentários. Não houve, contudo, uma decisão sobre metas específicas.
Segundo as autoridades, os perigos que ameaçam a economia mundial retrocederam e "as condições dos mercados financeiros melhoraram". Ainda existem "importantes riscos e o crescimento mundial continua muito fraco".
Guerra cambial
Há pouco tempo, a disputa sobre as divisas, que passou a ser chamada de guerra cambial, estava centrada nas divergências entre as potências ocidentais e a China, acusada de manter o iuane artificialmente baixo para favorecer suas exportações.
Mas as injeções de liquidez do Federal Reserve americano e, mais recentemente, do banco central japonês, que buscam favorecer a atividade em seus respectivos países, depreciaram o dólar e o iene, o que automaticamente encarece as divisas de seus competidores e castiga suas exportações.
Os emergentes, começando pelo Brasil, vêm denunciando há dois anos estas práticas. Agora eles recebem o apoio de países europeus que, como a França, sustentam que o euro é muito forte e está atrasando a saída da crise.
Para evitar uma onda de desvalorizações competitivas de moedas, os países ricos do G7 reafirmaram na terça-feira em um comunicado que é preciso deixar que o mercado fixe por si só as taxas de câmbio.
Sonegação
O G20 está decidido a tomar as medidas e "as ações coletivas necessárias para preencher as lacunas do sistema fiscal internacional que permitem às multinacionais evitar o pagamento de impostos", segundo o comunicado.
Os ministros das Finanças do G20 "esperam o plano de ação global" que a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE) apresentará em julho, segundo o texto. "Estamos decididos a implementar medidas destinadas a lutar contra a erosão da base tributária e a transferência de lucros, e a tomar as medidas necessárias, e esperamos o plano de ação global que a OCDE apresentará em julho" em uma nova reunião em Moscou, escrevem os ministros em seu comunicado.
"Reiteramos nosso compromisso de reforçar as trocas automáticas de informação (...) e apoiamos a análise da OCDE a favor de uma aplicação multilateral neste âmbito", acrescentam. Em um documento publicado nesta semana, a OCDE, com sede em Paris, prometeu preparar até o verão boreal um plano de ação ambicioso para refundar as normas internacionais, não adaptadas à globalização e que permitem frequentemente que as multinacionais escapem completamente do pagamento de impostos.