Com área menor e produção maior, a safra 2005/2006 aponta para um ganho de produtividade nas lavouras de todo o país. De acordo com os números do 6.° levantamento de safra, apresentado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a previsão é colher 121,3 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 47,1 milhões de hectares. No exercício anterior o Brasil colheu 113,9 milhões de toneladas e cultivou em 49,1 milhões de hectares. Entre os fatores que influenciaram no desempenho de um ano para outro está a estiagem, que na safra 04/05 castigou as áreas de de soja e milho, principalmente na Região Sul.

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A estimativa é maior que a safra anterior, mas se comparado ao levantamento apresentado em abril, de 121,5 toneladas, a produção recuou em 0,3%. O motivo apontado pelos técnicos da Conab são condições climáticas adversas, como o prolongamento da estiagem na maioria dos estados e o excesso de chuvas no Centro-Oeste, além da incidência de doenças, como a ferrugem asiática nas plantações de soja.

Redução

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As culturas que apresentaram redução estão o algodão (-27,9); arroz (-19,8%); soja (-4,7%); milho segunda safra (-2,0%); e trigo (-14,3%). Houve crescimento nas áreas de plantio do feijão primeira safra (+7,6%); segunda safra (+6,6%); e de milho primeira safra (+4,9%). A justificativa apresentada é que o feijão teve o incentivo dos bons preços pagos aos produtores e o milho pela ocupação do espaço deixado pela soja.

Segundo Jacinto Ferreira, presidente da Conab, o decréscimo frente à previsão anterior se deve a uma correção para menos da produtividade da soja. Mas, destaca Ferreira, em contrapartida houve uma correção para mais da produtividade do milho (segunda safra) e outros produtos.

A estimativa para a safra brasileira de soja foi reduzida para 55,2 milhões de toneladas, ante 55,7 milhões de toneladas na previsão de abril. O volume projetado ainda representa um recorde, ao superar o da temporada 04/05, de 51,4 milhões de toneladas, quando as lavouras foram atingidas pela seca.

Nesta pesquisa, a Conab manteve contato com os setores de informação dos principais municípios produtores do país. Foram entrevistados produtores rurais, agrônomos e técnicos de cooperativas, de secretarias de agricultura e órgãos de assistência técnica e extensão rural. A partir desta safra, os levantamentos feitos pela Companhia passam a ser realizados mensalmente.