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Fachada do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano: corte maior que o esperado na taxa básica de juros do país surpreendeu o mercado financeiro | Stelios Varias/Reuters
Fachada do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano: corte maior que o esperado na taxa básica de juros do país surpreendeu o mercado financeiro| Foto: Stelios Varias/Reuters

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tomou novo fôlego com a decisão surpreendente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que ajustou sua taxa básica de juros para o menor nível da história, uma faixa entre zero e 0,25% ao ano. A maioria dos economistas do setor financeiro estimava um ajuste para 0,50%. O câmbio fechou a R$ 2,37, em leve baixa.

O termômetro da bolsa, o Ibovespa, avançou 4,37% para os 39.993 pontos. "A primeira reação foi bastante positiva, mas a decisão é, na verdade, uma faca de dois gumes. Realmente, o corte traz um grande alívio: na visão do mercado, o Fed acertou no ‘timing’ de sua decisão, ao acelerar um processo que já ocorreria. Só que ele gastou munição. A ‘bala monetária’ está chegando a zero", avaliou o economista Frederico Turolla, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Mesmo com a recuperação, o Ibovespa acumula baixa de 37,4% no ano.

Juros negativos

Com os juros reais negativos nos EUA, que desceram agora para cerca de -3,3% ao ano, o apetite dos investidores internacionais por risco tende a ir se elevando aos poucos. Em outras palavras, com a dificuldade em se lucrar com ativos mais seguros (como os títulos do Tesouro dos EUA), os investidores podem começar a voltar suas atenções para ativos de maior risco, como o representado pelas bolsas de valores.

No mercado brasileiro, a Bovespa ainda sofre com a saída de capital externo. Mas o saldo negativo das operações da categoria tem diminuído nos últimos dias. O balanço mensal das compras e vendas feitas pelos estrangeiros na Bovespa, que estava negativo em R$ 2,15 bilhões no dia 8, diminuiu para R$ 482,29 milhões.

Ações das companhias nacionais ligadas ao desempenho das commodities, que estão entre as mais apreciadas pelos estrangeiros, terminaram ontem com altas elevadas. Um dos destaques foi Petrobras PN, que ganhou 3,93%. A ação PNA da Vale subiu 4,89%, e a ON da CSN, 5,71%. Os papéis dos bancos também se apreciaram: Itaú PN subiu 6,42%; Bradesco PN, 6,36%; e BB ON, 5,03%.

Guerra

"A decisão do Fed confirma que os EUA estão em uma guerra para evitar uma recessão prolongada. O que entendem ser necessário para estimular a economia tem sido feito’’, afirma Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management. A expectativa do mercado era a de que a taxa básica definida pelo Fomc (o comitê de política monetária do BC americano) fosse reduzida de 1% para 0,5% – mas a taxa desceu para uma banda de 0% a 0,25%. Com os juros em níveis baixíssimos, espera-se que o consumo ganhe fôlego na maior economia do mundo.

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