Mais de R$ 300
Cerca de 40% dos paranaenses que compraram pela internet nos últimos meses dizem ter gastado mais de R$ 300 na operação. Outros 25% gastaram um pouco menos: entre R$ 101 e R$ 200. O levantamento da Paraná Pesquisa também constata que moradores da região metropolitana usam tanto o e-commerce quanto os do interior do estado.
Exemplo
Empresário de 23 anos diz que compra na web é fácil e variada
O empresário André Flenik, 23 anos, se encaixa no perfil mais comum do paranaense que compra pela internet com frequência. No caso dele, isso ocorre pelo menos uma vez por mês. É inclusive dos produtos garimpados em lojas virtuais que André tirou sua ideia de negócio uma loja para colecionadores de games no Centro de Curitiba. Fora isso, compra online roupas, sapatos, livros, eletrônicos, e tudo o mais de que precisa desde os 14 anos.
Conselhos
Para os ainda inseguros, André deixa dicas. Uma delas é sempre procurar a reputação da loja. Tomadas as precauções necessárias, André só vê vantagens na compra on-line. "A principal vantagem de comprar pela internet é que você consegue toda a descrição do produto bateria, capacidade, consumo, etc. Coisa que vendedor de loja física às vezes não sabe explicar", compara.
Apesar de ainda estar em processo de maturação no Brasil, o comércio eletrônico vem crescendo nos últimos anos em número de usuários e dinheiro movimentado a projeção da consultoria especializada E-bit é de que o mercado feche 2013 com faturamento de R$ 28 bilhões, 25% a mais que no ano anterior. No país, o perfil do comprador fiel via web é de um adulto de 30 a 40 anos, dos dois gêneros, geralmente de classe média (inclusive da classe C emergente). No Paraná, porém, as compras eletrônicas são coisa de gente bem mais jovem.
INFOGRÁFICO: Perfil do consumidor de comércio eletrônico no estado
Segundo pesquisa encomendada pela Gazeta do Povo à Paraná Pesquisas, a maior fatia de moradores do estado que compram pela internet (36,41%) é de consumidores que têm de 16 a 24 anos , sempre com alta escolaridade e renda. O estudo aponta que, no Paraná, o porcentual de clientes de lojas virtuais é de cerca de 19% da população índice de entrevistados que afirmaram ter comprado algo pela internet nos últimos 90 dias. A pesquisa indica que pode haver leve aumento deste porcentual, uma vez que 21,22% dos consultados confirmaram que têm interesse em comprar pelo e-commerce nos próximos três meses.
Também chama atenção o fato de os homens serem os principais compradores via web no estado (25% contra 18% das mulheres). Uma conclusão possível é de que o morador do Paraná que compra pela internet é geralmente um cidadão jovem que conhece bem as ferramentas digitais e busca praticidade, preço baixo e produtos que não são encontrados facilmente em lojas físicas.
"Na cesta de compras deste público geralmente estão produtos de moda, artigos esportivos e eletrônicos. O público mais velho costuma comprar mais eletrodomésticos, produtos para casa, alimentos e bebidas", avalia o diretor-geral da E-bit, Pedro Guasti. O porcentual de compradores dos últimos 90 dias é considerado uma boa média por especialistas em e-commerce, porque equivale a uma parcela de pessoas que podem ser consideradas público fiel. O recorte paranaense mostra uma tendência de abertura do consumidor para o varejo on-line.
O fato de homens comprarem mais que mulheres no estado foge do panorama brasileiro, mas pode ser um efeito da queda nas ofertas dos antigos sites de compras coletivas, afirma o consultor Bruno Maletta, da M.Sense. "As mulheres sobressaíram na época das compras coletivas, porque havia mais ofertas para elas. Mas isso caiu e voltou a haver um cenário mais masculino", avalia. Outros aspectos do estudo como a preferência pelas compras com cartão de crédito e em sites nacionais seguem o padrão brasileiro.
E-commerce ainda não faz parte da rotina
O brasileiro gosta de tecnologia, mas ainda está longe de ser como o coreano, que faz até compras de supermercado por meio de displays virtuais nos metrôs. Os especialistas concordam que as compras virtuais ainda são para o brasileiro sinônimo de oportunidade de economia, mas não necessariamente uma ferramenta corriqueira.
Os motivos para isso são o frete, ainda alto na comparação com padrões internacionais, e a demanda tecnológica. "O desafio das lojas ainda é ter rentabilidade", afirma Pedro Guasti, da E-bit. "Os obstáculos são muitos. O Brasil é um país gigante, com guerra tributária entre estados, problemas de transporte e monopólio de entregas por uma estatal [Correios] que faz greves anuais".
Outro desafio para o futuro será conseguir visibilidade em um mercado cada vez mais cheios de players. Para Eduardo Aguiar, diretor-geral da consultoria WebStorm, a aposta terá de ser em ações de marketing. "Todos os lojistas precisam divulgar produto", diz. Hoje, existe a forçosa divulgação por buscadores de ofertas e por links patrocinados em empresas como Google e Yahoo!. Aliás, o consumidor tem de aprender a lidar com o marketing virtual. "Links patrocinados não costumam garantir que a empresa é idônea", afirma Aguiar.
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