Ouça este conteúdo
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira (19) que a ajuda do governo às empresas aéreas deve ser condicionada à compra de aviões da Embraer. As companhias afirmam que a pandemia da Covid-19 afetou suas finanças, levando a pedidos de recuperação judicial como a Latam e a Gol.
“Precisamos apoiar essas empresas, mas elas precisam comprar aviões da Embraer. Essa é uma condição fundamental para todo o esforço que o governo está fazendo de passivo fiscal, de financiar, mas nós precisamos trazer aviões da Embraer. A contrapartida é gerar empregos, impostos e continuar fortalecendo as finanças públicas”, disse Mercadante.
A declaração de Mercadante ocorreu durante a assinatura de um contrato de financiamento de R$ 4,5 bilhões entre o BNDES e a Embraer para a exportação de aeronaves modelo E-175 para a companhia norte-americana American Airlines.
Desde o início do ano, o governo articula a criação um fundo de financiamento especial para as companhias aéreas que operam no Brasil. A demanda é liderada pelo Ministério de Portos e Aeroportos e já foi analisada pelo Ministério da Fazenda e pelo BNDES.
De acordo com informações preliminares, o modelo terá a flexibilização do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), incluída no projeto de lei que atualiza a Lei Geral do Turismo.
Segundo o último balanço de entregas da Embraer, divulgado em 18 de julho, apenas a Azul, entre as principais empresas aéreas do Brasil, possui pedidos firmes de aviões da fabricante brasileira. A Gol opera majoritariamente com aeronaves da Boeing, enquanto que a Latam tem equipamentos também da Airbus.
No começo deste ano, a Gol pediu recuperação judicial nos Estados Unidos com base no chamado Chapter 11, que permite a reestruturação financeira de empresas endividadas, com uma dívida de R$ 20 bilhões. Já a Latam tinha recorrido ao mecanismo em 2020, com um passivo de US$ 18 bilhões.