O ex-ministro Aloizio Mercadante, de perfil desenvolvimentista, foi indicado por Lula para a presidência do BNDES no atual governo.| Foto: André Borges/EFE
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante anunciou a criação do “Desenrola Empresas”, que utilize a divida ativa da União como caminho para financiar investimentos. A proposta foi apresentada em participação no Fórum Esfera desta sexta-feira (25).

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“Quero propor um novo Desenrola para investimento no Brasil. Vamos pegar a dívida ativa, que são trilhões, e o Estado não consegue cobrar. As empresas não pagam, e isso fica no passivo, e elas não conseguem ter financiamento porque tem o passivo”, disse.

Segundo Mercadante, a ideia é “transformar um pedaço desta dívida em investimento, PAC, política industrial e alavancar para valer o desenvolvimento do país". "Precisamos do ‘Desenrola Empresas’, e quem sabe a dívida ativa poderia vir nesta direção”, completou.

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O presidente do TCU, Bruno Dantas, classificou a provocação de Mercadante como “oportuna” e questionou a eficiência do modelo atual de cobrança de dívida ativa da União. Ele indicou que o estoque de execuções fiscais é “avassalador” e que “o Estado ganha, mas não leva”. “Temos mais de R$ 2 trilhões em créditos da dívida ativa, que não entram nos cofres da União”, disse.

A proposta também vem sendo defendida pela Frente Parlamentar Mista do Setor de Serviços como uma forma de renegociação de dívidas, para atender as empresas.

Dados do Serasa apontam que o Brasil tem hoje 6,5 milhões de empresas negativadas, totalizando cerca de R$ 112 bilhões em débitos. Segundo o Governo Federal, o Desenrola para pessoas físicas renegociou cerca de R$ 10 bilhões em dívidas somente no primeiro mês de funcionamento.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]