Mercadante apontou que a diminuição no ritmo de consultas para crédito no BNDES pode estar relacionada a ruídos políticos.| Foto: Reuters/Tingshu Wang/Pool.
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (18) que as consultas por empréstimos do banco perderam força recentemente. As consultas são a primeira etapa para os pedidos de crédito no banco de fomento.

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Ele apontou que a diminuição no ritmo pode estar relacionada a ruídos fiscais e políticos. A tragédia no Rio Grande do Sul e os esforços para minimizar o desastre também foram apontados como uma possível razão.

“Até maio, as aprovações subiram mais de 90% e os desembolsos 27%, mas sentimos uma redução no ritmo das consultas. Tem a ver com todo esse ruído [no país]”, disse Mercadante a jornalistas após participar de um evento sobre mudanças climáticas e alternativas para a reconstrução do estado.

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“Nosso foco hoje é o Rio Grande do Sul e isso também alterou um pouco a dinâmica”, acrescentou. Mercadante destacou que desde o ano passado as consultas vinham em trajetória ascendente e, no 1º trimestre de 2024 avançaram quase 70%.

O presidente do BNDES disse que os ruídos, que criaram um grau de desconfiança semelhante ao início do governo, irão passar, uma vez que os indicadores da economia melhoraram. Ele citou dados do mercado de trabalho, oferta de crédito, exportações e inflação.

“Estamos falando [agora] de um ruído político mesmo. Quando chegamos ao governo diziam que o Brasil não ia crescer ou crescer só 0,8%, que inflação não ia ter controle. Depois o mercado disse que se surpreendeu. Acho que vai ficar surpreso de novo, porque os dados são fortes e consistentes“, afirmou.

Mercadante diz que política monetária deve ser repensada

O presidente do BNDES evitou fazer comentários sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, para definir a taxa básica de juros. Contudo, ele criticou a política monetária brasileira. Segundo Mercadante, o modelo aplicado no Brasil precisa ser reavaliado uma vez que o país ainda tem a segunda taxa real de juros mais alta do mundo. 

“Com todas melhoras macroeconômicas ainda temos a segunda taxa real de juros do planeta. Disse ao presidente do Banco Central no último debate que tivemos: temos que analisar a fundo esse modelo, porque precisa ser repensado… Não sei se tem margem de manobra para isso no curto prazo; acho que não”, afirmou.

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