Balanço
Concessionárias do Paraná venderam 339 mil veículos no ano
As vendas de veículos no Paraná podem fechar o ano com crescimento acima da média nacional, se continuarem no ritmo apresentado até novembro. De acordo com a Regional Paraná da Fenabrave, no acumulado do ano o crescimento chega a 6,6%, passando de 318 mil unidades vendidas de janeiro a novembro de 2010 para 339 mil no mesmo período de 2011. Entre outubro e novembro deste ano, o crescimento ultrapassa os 8,5%.
Em todo o ano de 2010, foram vendidos nas 670 concessionárias de veículos do estado mais de 356 mil unidades, entre automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motos. A previsão para o fim de 2011, apesar do esfriamento da economia no segundo semestre, é de que o número chegue a 370 mil. Para isso, teriam de ser comercializados no Paraná 31 mil veículos em dezembro pouco menos que o número registrado em novembro (31,3 mil).
"A expectativa para 2012 é de que as vendas sejam também 6% maiores que 2011 no Paraná", ressalta o diretor-geral da Fenabrave-PR, Helmuth Altheim, que assumiu o cargo na semana passada. Ele explica ainda que os veículos nacionais devem ser os mais procurados a partir de janeiro, devido ao aumento do IPI para os modelos importados. Ele ressalva, porém, que os primeiros meses do ano não são, tradicionalmente, bons períodos de vendas para o setor da distribuição, devido aos gastos do início de ano.
30 mil pessoas
trabalham em concessionárias de veículos no Paraná. O estado responde por 8% das vendas nacionais do setor.
Diretor-presidente do Grupo Marajó, com sede em Londrina, Flavio Meneghetti foi eleito ontem para a presidência da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em substituição a Sergio Reze. Londrinense "de coração", Meneghetti é formado em Administração pela Fundação Getulio Vargas, em São Paulo (FGV-SP), e pós-graduado na mesma instituição.
O Grupo Marajó, presidido por Meneghetti, tem concessionárias da Fiat em Londrina, Apucarana, Ivaiporã e Caxias do Sul (RS). Ele foi presidente e participou ativamente da Associação Brasileira dos Concessionários de Automóveis Fiat (Abracaf). Assim, aproximou-se da Fenabrave e atualmente é um dos vice-presidentes da entidade.
Meneghetti conversou com a Gazeta do Povo por telefone e falou sobre as expectativas do mercado automotivo brasileiro para o ano que vem, além de dar sua opinião sobre temas polêmicos, como o aumento da tributação sobre veículos importados.
O senhor está assumindo a Fenabrave em um momento no qual o governo vem agindo para proteger as montadoras nacionais. Qual sua opinião sobre o aumento de tributos sobre carros importados?
É claro que um mercado aberto, com mais liberdade, é muito melhor, mas isso se aplica a uma economia madura, como a dos EUA, por exemplo. Aqui, estamos em outro nível, precisamos gerar emprego e renda. Se deixarmos o mercado muito aberto, a indústria corre o risco de se desnacionalizar, como já acontece em alguns setores, como o têxtil.
As expectativas para o setor automotivo mudaram neste ano. Como o senhor avalia 2011?
As previsões que fizemos foram mais otimistas. Prevíamos um crescimento real entre 8% e 10%, mas no segundo semestre o mercado se acomodou e deve fechar na casa dos 5%. Esse é o crescimento médio, porque as marcas nacionais ficarão, na média, abaixo de 5%. O crescimento se deu muito pelos importados.
Em 2012, com a crise na União Europeia, o crescimento deve se repetir?
O quadro será um pouco menor ou até o mesmo, algo em torno de 4,5% ou 5%. O governo estava fechando a caixa de ferramentas, como o aumento dos juros, por exemplo, e agora deve apresentar novas medidas de incentivo para continuar a crescer. Em um mundo com crescimento muito pequeno, crescer 3,5%, como está a previsão para a economia brasileira em 2012, é para se bater palmas.
Quais são os efeitos de um crescimento na ordem de 3,5% sobre a indústria automotiva?
Sempre que há um crescimento de 3%, a indústria cresce menos. Os efeitos bons para toda a cadeia se dão quando a economia cresce pelo menos 3,5%, com mais empregos e aumento na renda da população. Porém é preciso que o crédito volte no ano que vem, porque neste segundo semestre diminuiu um pouco.
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