A maioria dos mercados futuros agrícolas conseguiu minimizar as perdas expressivas registradas pela manhã, em dia de muito nervosismo no setor financeiro global. Açúcar (-1,78%), café (-0,11%), milho (-0,22%) e soja (-1,91%) fecharam em baixa, mas longe das mínimas, enquanto cacau (1,45%), suco de laranja (0,10%), trigo (1,08%) e farelo de soja (0,39%) encerraram o dia com pequena valorização.

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Segundo analistas, os fundamentos reduziram o impacto provocado pela crise do setor financeiro, que aumentou a aversão dos investidores ao risco das commodities e provocou vendas em praticamente todo o segmento. "O mercado deveria estar operando com uma alta expressiva, porque o clima nas áreas produtoras americanas não tem sido favorável, mas a influência do mercado financeiro tem sido mais forte", afirmou Steve Cachia, analista da corretora Cerealpar.

Problemas climáticos podem reduzir ainda mais a safra americana de grãos, deixando os estoques - já bem estreitos - em níveis ainda menores. Segundo Cachia, a expectativa é que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) faça mais cortes nas suas estimativas de safra nos meses de outubro e novembro, repetindo o que fez no último relatório de oferta e demanda, na sexta-feira (12). "Os fundamentos dão suporte ao mercado, a relação estoque/consumo é precária", comentou.

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"As commodities seguem na mesma direção dos outros mercados, mas não com a mesma intensidade. Começa a haver uma resistência maior para a queda dos preços", explica Fernando Pimentel, sócio-diretor da consultoria Agrosecurity. Segundo ele, o aperto no balanço de oferta e demanda e os elevados custos de produção restringem o potencial de baixa. "Na economia real, as commodities não apresentam um cenário folgado", afirma.

Anderson Galvão, diretor da consultoria Celeres, lembra que, nos atuais níveis de preço, a produção de soja, por exemplo, começa a ficar inviável em várias partes do mundo. "O produtor nas regiões mais distantes começa a enfrentar dificuldades. Estamos chegando perto de um piso", afirmou.

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