O mercado de ações brasileiro foi o que registrou a menor queda em suas cotações em 2008 entre os países do chamado grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
Com o encerramento das operações no ano, o índice Ibovespa, da Bolsa de São Paulo, acumulou perdas de 41,2% no ano, como reflexo da crise econômica internacional. A queda foi a maior desde 1972.
Porém os dados mostram que outros grandes países emergentes sofreram um impacto ainda maior.
Entre os Bric, considerados os países candidatos a grandes potências econômicas mundiais no médio prazo, a Rússia foi o país que mais sofreu as conseqüências da crise, com uma queda de 72,4% no índice RTS, da Bolsa de Moscou.
A Rússia, país rico em reservas de gás e petróleo, foi fortemente atingida pela queda dos preços dessas commodities. A cotação internacional do barril de petróleo, que havia atingido o valor recorde de US$ 147 em julho, era negociado nesta quarta-feira a pouco menos de US$ 37.
Na China, o índice Shanghai Composite, da Bolsa de Xangai, caiu 65% no ano, a sua pior queda da história. Na Bolsa de Hong Kong, as perdas acumuladas no índice Hang Seng ficaram em 48% - as maiores desde 1974, após a crise do petróleo.
A Índia foi o segundo mercado dos Bric menos atingido pela crise, após o brasileiro. O índice BSE, da Bolsa de Mumbai, terminou o ano 52% abaixo do seu nível do começo de janeiro.
O desempenho do mercado de ações brasileiro também foi superior ao da vizinha Argentina, que viu o índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires, despencar 49,8% ao longo do ano.
Sem descolamento
As quedas acentuadas nas bolsas dos principais países emergentes têm sido apontadas como demonstração de que a tese de "descolamento" das suas economias da crise nos países desenvolvidos era infundada.
A comparação com o desempenho dos mercados acionários dos países desenvolvidos, em geral mais atingidos pela crise na economia real, mostra que as quedas nos mercados emergentes foram ligeiramente maiores.
Nos Estados Unidos, principal epicentro da crise que tomou proporções globais no segundo semestre do ano, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York perdeu 35% no ano, seu pior desempenho desde 1931, quando ainda sofria as conseqüências do grande crash de 1929.
O índice da Nasdaq, bolsa que concentra ações de empresas de tecnologia, teve uma queda um pouco mais acentuada, de 42% no ano - a maior de sua história.
Na Europa, o índice FTSE 100 da Bolsa de Londres registrou uma baixa de 32%, enquanto o índice Dax da Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, caiu 40% no ano, sua maior queda em duas décadas.
A Bolsa de Tóquio também registrou neste ano sua maior queda da história, com uma redução de 42% em seu principal índice, o Nikkei.
Regulação das redes: quem é o advogado-geral da União que se posicionou contra Mark Zuckerberg
Sidônio fala em “cortina de fumaça” da extrema-direita nas redes ao tomar posse na Secom
Prejuízo recorde ressalta uso político e má gestão das empresas estatais sob Lula 3
O que está por trás da ausência de Lula na cerimônia de Trump? Assista ao Entrelinhas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast