Após bolsas asiáticas despencarem no fechamento, expectativa é de impactos no mercado brasileiro.| Foto: Gustavo Scatena/divulgação B3
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O mercado financeiro de todo o mundo começou a semana com uma forte queda como há anos não se registrava, com as bolsas asiáticas despencando – e até travando as operações em Tóquio – e os futuros das ações nos Estados Unidos já sinalizando um dia negativo. Há a expectativa de que o mercado brasileiro também não passe livre de impactos nesta segunda (5).

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O temor ocorre após o relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos, divulgado na última sexta (2) apontar um forte risco de recessão da economia americana e que o Fed – o Banco Central do país – pode ter demorado a agir segurando a taxa de juros.

Segundo o chamaro “payroll” de julho, os Estados Unidos abriram 114 mil novas vagas de trabalho no mês, enquando que a expectativa era de 185 mil. O Fed decidiu pela oitava vez, na semana passada, manter a taxa básica de juros entre 5,25% e 5,5% ao ano – maior patamar desde julho de 2023.

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Nesta segunda (5), as bolsas asiáticas foram as primeiras a sentir o impacto, com o índice japonês Nikkei registrando uma queda de 12,4%, a maior desde o “crash” de outubro de 1987, e o índice coreano Kospi recuando 8,8%, segundo o Valor. Na China e em Hong Kong, as quedas foram mais moderadas, de 1,54% e 1,46%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, os futuros de ações indicavam um dia negativo em Nova York. O Nasdaq caía 4,7% às 7h40, enquanto o S&P recuava 3,1% e o Dow Jones cerca de 2%. O índice de volatilidade VIX, conhecido como o "índice do medo", disparava 107%.

As ADRs de empresas brasileiras em Nova York também refletiam a tensão, com a Embraer afundando 9,4%, a Petrobras perdendo 3,3% e a Vale caindo 5,4%.

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Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 operava em queda de 2,5%, com Paris recuando 2,3%, Londres 2,4% e Frankfurt 2,7%. Entre as moedas, o índice do dólar DXY operava em queda de 0,52%, com o iene avançando 2,3% em relação ao dólar.

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O euro e a libra mostravam oscilações menores, com alta de 0,3%. As moedas emergentes, no entanto, sofriam fortes perdas, com o peso mexicano caindo 1,4%, o rand sul-africano recuando 1,6% e a lira turca perdendo 0,3%, indicando um dia pessimista para o real brasileiro.

O petróleo também refletia o medo de uma recessão nos EUA, com perdas em torno de 2%. O cobre recuava 2,5% e as commodities agrícolas apresentavam perdas generalizadas.

Entre os ativos de segurança, o ouro operava estável, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, recuavam em toda a curva de vencimentos, com o yield de 10 anos a 3,728%, o de dois anos a 3,754% e o de 30 anos a 4,069%. No mercado de criptomoedas, o bitcoin cedia cerca de 10%.

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