Campeonato chega a distribuir US$ 2 milhões no exterior
Enquanto o Brasil engatinha no e-sport, outros países possuem um mercado gigante que funciona por trás dos geeks que passam horas jogando na frente de computadores. O exemplo mais conhecido é a Coreia do Sul. Lá, o salário dos jogadores de ponta chega a R$ 30 mil por mês. Os jogos são transmitidos na televisão e os jogadores se tornam garotos-propaganda de marcas famosas no país. Além de jogadores e treinadores, as partidas possuem narradores e comentaristas no Brasil, esse mercado também está florescendo e já há gente vivendo de narrar jogos de videogame.
Dados do Pro Gaming Tours (PGT), um site especializado em informações sobre e-sport, mostram que, desde 2010, os principais campeonatos de videogame já distribuíram mais de US$ 17 milhões.
O jogo que mais paga é o League of Legends (LoL), desenvolvido pela produtora Riot Games. O campeonato final do LoL no ano passado teve um prêmio de US$ 2 milhões. A Riot está apostando no Brasil como um mercado emergente de games. Há um ano, eles abriram um escritório em São Paulo e passaram traduzir o game para o português.
O mercado atinge um tipo particularmente importante de perfil demográfico: homens entre 18 e 34 anos. Os campeonatos atraem até 4 milhões de espectadores pela internet.Não é à toa que várias empresas começaram a dar mais atenção ao e-sport. A Red Bull, por exemplo, criou um torneio próprio e passou a patrocinar algumas equipes.
Bruno Fukuda, conhecido pelo nickname "bit" no mundo dos jogos, se tornou um atleta profissional de videogames em 2007. Hoje ele treina de segunda a quinta-feira, de quatro a cinco horas por dia. Com 22 anos, também faz faculdade de Arquitetura, mas por enquanto seu foco é nos games. Integrante do time playArt, Fukuda já esteve em mais de 20 países em competições de Counter-Strike, um jogo de tiro. Foi campeão mundial três vezes e cinco vezes pan-americano. Seu maior prêmio, numa competição da Suécia, foi de R$ 60 mil. Ao mês, a remuneração vinda do e-sport, como também é chamada a competição profissional de games, varia de R$ 500 a R$ 3 mil.
Ainda é pouco quando comparado ao patamar de profissionalismo de outros países mais notadamente a Coreia do Sul, onde os jogos chegam a ser transmitidos na televisão aberta , mas já demonstra um avanço desse mercado no Brasil.
A competição profissional se distribui entre diversos tipos de jogos. Há os de tiro além do Counter-Strike, Cross Fire e Combat Arm também são títulos populares , de RPG, como Starcraft, e multiplayer, como League of Legends, provavelmente o game mais famoso do momento. Em geral, esses games são jogados em times, e as equipes bancam a vida dos jogadores. Com patrocinadores, eles recebem salário, viagens e os equipamentos necessários para treinamento.
Apesar da qualidade da internet ter melhorado no Brasil, as equipes de ponta chegam a treinar no exterior antes de uma competição importante. "A conexão de internet faz diferença. Agora está melhorando, mas já passei dois meses morando na França antes de um campeonato, porque você pode se preparar melhor jogando com as equipes europeias. Jogando daqui fica mais complicado por causa da qualidade da conexão", conta Fukuda.
Ecossistesma
O e-sport criou toda uma cadeia que lucra em cima das partidas. A última grande novidade é a transmissão ao vivo de games pela internet. Uma das maiores dificuldades encontrada na popularização dos campeonatos é fazer com que cada espectador consiga vivenciar a partida. A transmissão on-line apareceu como uma opção. O site Twitch.tv, por exemplo, se tornou uma das start-ups mais cobiçadas do Vale do Silício. O site já tem mais de 20 milhões de visitantes únicos ao mês e ajuda os jogadores profissionais a ganhar dinheiro transmitindo seus jogos.
Liga no Brasil
No Brasil, a competição mais famosa é a Brasil Gaming League, que ocorre ao logo do ano todo e distribui R$ 160 mil para os vitoriosos de cinco jogos. Todos os dias, eles transmitem ao vivo uma partida pelo site do Twitch.tv.
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