Quando uma construtora ergue uma obra no modelo build-to-suit, ou seja, feito sob medida para a operação de uma fábrica, escritório ou centro de distribuição, tem a opção de usar seus próprios recursos ou se capitalizar no mercado sem tomar empréstimo em banco. Essa última é possível graças a companhias de securitização, para quem a empresa cede o contrato de recebimento de aluguéis futuros. As maiores empresas do ramo são a Brazilian Securities e a Rio Branco Securitizadora. Com lastro nesse dinheiro garantido, a securitizadora emite Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), vendidos no mercado secundário da Bolsa de Valores de São Paulo.
Os compradores são investidores institucionais e bancos, além de pessoas físicas de alta renda, que compram cerca de 15% das emissões. O assessor da Bovespa Romeu Pasquantonio conta que o preço mínimo desse papel é de R$ 300 mil. "O Sistema Financeiro Imobiliário está ligado ao mercado de capitais, diferente dos outros financiamentos da habitação, ligados à poupança, que tem menos recursos", explica.
As emissões acumuladas de CRI aumentaram de R$ 12,5 milhões em 1999 para cerca de R$ 3,5 bilhões hoje. De acordo com o advogado Alexandre Assolini, especialista na área, o volume de consultas nunca foi tão grande. Nos últimos dois anos ele orientou 30 casos de empresas que contrataram construções no formato build-to-suit.