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Mercado de drones em aplicações comerciais vai movimentar US$ 127 bilhões

A equipe do DroneMapp, liderada por Tagôre Cardoso: inovação. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A equipe do DroneMapp, liderada por Tagôre Cardoso: inovação. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Independentemente de seu endereço ou ocupação, é bastante provável que, nos próximos anos, você conheça alguém que esteja fazendo dinheiro com drones. Estudo da consultoria PwC divulgado neste mês mostra que o crescente mercado das pequenas aeronaves controladas à distância vai movimentar uma cifra de US$ 127 bilhões já em 2020 –valor que virá não da venda dos aparelhos, mas da infinidade de serviços que serão prestados por empresas e profissionais autônomos com os drones, em todo o mundo.

A estimativa foi calculada com base no faturamento dos negócios que serão substituídos pelas aplicações com aeronaves. Conforme o estudo da PwC, entre as principais áreas que serão foco dos serviços estão infraestrutura e agricultura, que, juntas, devem movimentar US$ 77,6 bilhões. Outros mercados menos familiarizados com a tecnologia também estão no radar da consultoria (e de empresários do ramo), como mineração, seguros e telecomunicações.

“Os drones estão fazendo a transição para deixarem de ser uma mera novidade e se tornarem uma ferramenta de negócio indispensável”, resume o diretor da divisão de soluções com drones da PwC, Michal Mazur. A julgar pelo número crescente de vendas, muitos já partilham da visão do executivo: segundo a BI Intelligence, braço de pesquisas da Business Insider, as fabricantes dos aparelhos lucraram US$ 8 bilhões ano passado, cifra que deve subir para US$ 12 bilhões nos próximos cinco anos.

Pilotos amadores e profissionais têm se beneficiado dos aparelhos mais em conta e acessíveis, resultado do barateamento da tecnologia e de uma maior concorrência no mercado. Ano passado, por exemplo, havia mais de 200 fabricantes de drones no mundo – um número e tanto considerando que, há apenas dez anos, companhias produziam as aeronaves quase que exclusivamente para uso militar.

“Ainda não descobrimos 5% do potencial deste mercado. As melhorias que os drones trazem nos trabalhos de engenharia, monitoramento e fiscalização, por exemplo, podem reduzir o custo com estes serviços em até 85%. Além disso, o capital inicial necessário para investir em uma empresa com drones para esses fins é menos de 10% do que se colocaria num negócio tradicional”, pontua o professor Luiz Carlos Balcewicz, um dos coordenadores da pós-graduação “Vants e drones em aplicações civis e comerciais”, ofertada pela PUCPR.

O curso de especialização, que iniciou sua primeira turma em abril, conta com mais de 60 alunos matriculados, de dez estados brasileiros e até mesmo da Colômbia.

Espera

A expectativa é que novas empresas e aplicações surjam por aqui após a regulamentação do uso de drones pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), aguardada desde o ano passado – em entrevista à Gazeta em março, o gerente técnico de processos normativos da agência, Roberto Honorato, reforçou que o principal foco das normas é viabilizar as operações comerciais.

“Essa demora gera dúvidas e está segurando o mercado. Hoje, muitas aplicações estão sendo testadas e desenvolvidas para que contratos maiores enfim possam ser fechados quando a regulamentação sair”, afirma o engenheiro cartógrafo Emerson Granemann, idealizador da feira de negócios DroneShow, voltada para o setor.

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