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A expectativa para o próximo ano é de um crescimento de 15% a 20% no total de operações do mercado de fusões e aquisições brasileiro. |
A expectativa para o próximo ano é de um crescimento de 15% a 20% no total de operações do mercado de fusões e aquisições brasileiro.| Foto:

O radar em busca de boas oportunidades de negócios está ligado no Brasil. Um bom termômetro é o mercado de fusões e aquisições. Dados coletados pela consultoria PwC mostram que nos dez primeiros meses do ano foram realizadas 538 transações, 4% a mais do que em 2017. Só no comparativo entre os meses de outubro dos dois últimos anos (2017 e 2018), a expansão foi de 28%, com 68 operações anunciadas.

E a tendência é a de que este cenário continue em 2019. O fim do processo eleitoral serviu para destravar o cenário. “Muitos clientes começaram a tirar os projetos da gaveta”, destaca Marcelo Bertoldi, advogado especialista em fusões e aquisições do escritório Marins Bertoldi Advogados. 

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 Relatório publicado pela pela PwC enfatiza “perspectivas bastante positivas para as operações de fusões e aquisições”. Segundo Rogério Gollo, sócio da consultoria especializado nessas operações, a expectativa para o próximo ano é de um crescimento de 15% a 20% no total de operações. 

 Uma das mais esperadas é a concretização da união entre a divisão de aviões comerciais da Embraer com a gigante norte-americana Boeing, repetindo um movimento realizado anteriormente pela Bombardier e Airbus. A operação, anunciada em 5 de julho, foi uma das maiores do ano, mas ainda não se concretizou oficialmente, pois depende da aprovação do governo brasileiro.

 Apesar dos bons números de 2018, o mercado de fusões e aquisições esteve um pouco ‘travado’ por causa do ano eleitoral e do cenário político extremamente polarizado. “Dois cenários completamente antagônicos se desenhavam: um deles mais intervencionista e o outro não”, aponta o advogado. 

Investidores estrangeiros na mira

A definição de um modelo econômico mais liberal pode atrair investidores estrangeiros, que até 2014 lideraram as operações de fusões e aquisições no Brasil. Até outubro, foram 188 transações envolvendo capital estrangeiro, uma regressão de 10% em relação a 2017 e o pior desempenho desde 2010. Os mais interessados neste ano foram os americanos, os franceses e os canadenses. 

 “O capital estrangeiro precisa de um grau de segurança maior. Ele deve voltar com força. particularmente em segmentos como consumo, energia e saúde”, diz Gollo, da PwC. 

 A área de tecnologia de informação deve guardar algumas das melhores oportunidades no próximo ano. A febre pelas startups deve seguir adiante. Até outubro, o segmento tinha registrado 113 transações, 8% a mais em relação a 2017. Elas correspondem a 21% do total das operações de fusão e aquisição. 

 O segmento deve continuar sendo o líder no ranking de fusões e aquisições. “É um setor muito dinâmico, formado por empresas pequenas e que respondem bem à reação da economia”, ressalta o sócio da PwC. Entre as áreas que despertam maior interesse estão as fintechs e as da área de saúde. 

Mas as transações com valores mais significativos devem ocorrer nos segmentos de energia, motivada pela necessidade de infraestrutura, e pelo varejo, que poderá passar por uma fase de consolidação. “A construção também pode ter boas oportunidades. Depois de vários anos de crise, deve passar por uma fase de retomada”, destaca Marcelo Bertoldi. 

 Outro segmento que se mostra bem promissor, segundo Gollo, é o de saúde. No curto prazo, áreas como a de diagnósticos tendem a despertar maior interesse. No longo prazo, áreas que trabalham com públicos mais idosos tendem a ser beneficiadas.

AS MAIORES OPERAÇÕES ENVOLVENDO EMPRESAS BRASILEIRAS 

 Operações anunciadas em dólares 

  • A Boeing anunciou a formação de uma joint-venture com a Embraer, especialista na fabricação de aviões de até 150 lugares, pelo valor de US$ 5,3 bilhões. 
  • A Petrovida, sociedade formada pela holandesa Vitol, e pelas petroleiras Africa Oil e Delonex, realizou a compra minoritária de 50% de participação societária na empresa Petrobras Oil & Gas BV, joint-venture sediada na Holanda com ativos na Nigéria e detida pela PIBBV, subsidiária da Petrobras, pelo valor de US$ 1,53 bilhão; 
  • A Nidec Corporation realizou a aquisição da Embraco, divisão mundial de compressores para refrigeração da Whirpool Corporation, pelo valor de US$ 1,08 bilhão; 
  • A Marfrig Global Foods realizou a aquisição de 51% da empresa norte-americana National Beef Packing Company, do segmento de processadora de carne bovina nos Estados Unidos, pelo valor de US$ 969 milhões; 
  • A Raízen Combustíveis e sua subsidiária Raízen Argentina Holdings realizaram a aquisição do negócio de downstream (transporte, distribuição e refino) da Shell na Argentina, pelo valor de USD 950 milhões; 
  • A Commercial Metals Company realizou a incorporação da unidade produtora de vergalhão e plantas de corte e dobra de aço nos Estados Unidos anteriormente da Gerdau, pelo valor de US$ 600 milhões. 
  • A Steel Dynamics, empresa norte-americana, realizou a aquisição da usina de laminados a frio da CSN LLC, pelo valor de US$ 400 milhões; 
  • O grupo francês Vicat, fabricante de cimento, concreto e agregados, realizou a aquisição de 65% da cimenteira Ciplan pelo valor de USD 333,4 milhões; 
  • A Pinnacle Asset Management, uma gestora de investimentos, realizou a aquisição da Five Rivers Cattle Feeding, anteriormente da JBS USA, pelo valor de US$ 200 milhões; 
  • A gestora de investimentos russa DST Global liderou a sexta rodada de investimentos no banco digital NuBank, no valor de US$ 150 milhões; 

 Operações anunciadas em reais 

  • A Suzano Papel e Celulose realizou a aquisição da totalidade das ações da concorrente Fibria Celulose, participação anteriormente detidas pelo BNDESPar e Votorantim. A operação prevê trocas de ações e o pagamento de R$ 29 bilhões da Suzano aos acionistas da Fibria; 
  • A Enel Brasil Investimentos Sudeste realizou a aquisição de 73,4% do capital social da Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo, pelo valor de R$ 5,553 bilhões; 
  • A Kroton Educacional realizou a aquisição de 73,35% do controle da Somos Educação, pelo valor de R$ 4,6 bilhões; 
  • A empresa espanhola Mapfre realizou uma aquisição de 50% da BB Seguridade, empresa que reúne os negócios de seguros e previdência do Banco do Brasil, pelo valor de R$ 2,4 bilhões; 
  • O consórcio Petrobras, ExxonMobil e Statoil arrematou o bloco C-M-657 em leilão da ANP, pelo valor de R$ 2,128 bilhões. 
  • A fabricante de massas e biscoitos M.Dias Branco realizou a aquisição de 100% da Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê, pelo valor de R$ 1,55 bilhão; 
  • A Petrobras, juntamente com a Statoil e ExxonMobil realizaram a aquisição do bloco de exploração C-M-709, pelo valor de R$ 1,5 bilhão; 
  • · Suzano Papel e Celulose realizou a aquisição de 30 mil hectares de terras e florestas localizadas em São Paulo, anteriormente detidas pela Duratex, pelo valor de R$ 1,05 bilhão; 
  • A empresa brasileira EcoRodovias realizou a privatização por meio de leilão do Rodoanel Norte, pelo valor de R$ 883 milhões. 
  • A Kinross Gold realizou a aquisição de dois complexos hidrelétricos, a Caçu e Barra dos Coqueiros em Goiás, pelo valor de R$ 835 milhões. 

 Metodologia: operações citadas nos relatórios de fusões e aquisições da PwC que tiveram seus valores divulgados . Fonte: PwC

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