| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo
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Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nesta terça-feira (28), apontam que o mercado de trabalho formal do país teve fechamento de 10.984 vagas com carteira assinada em junho. O mês registrou 895.460 contratações, mas teve 906.444 desligamentos.

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Apesar de negativo, o saldo é melhor do que o registrado em maio, quando houve fechamento de 350 mil empregos formais. Em abril o cenário foi ainda pior, com mais de 918 mil vagas perdidas. Desde o início do ano, o saldo negativo já é de 1,19 milhão de vagas. Se considerados somente os meses de pandemia (março a junho), foram 1,53 milhão de postos de trabalho perdidos.

"Hoje nós temos, sim, motivos para comemorar. A melhora foi muito significativa, o que demonstra uma reação clara no mercado de trabalho", disse Bruno Bianco Leal, secretário especial de Previdência e Trabalho, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (28) para a apresentação dos dados.

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Os efeitos da pandemia ficam claros na comparação entre os dados deste ano com os de 2019. Em junho do ano passado, houve criação de mais de 48 mil vagas de emprego. De janeiro a junho de 2019, por sua vez, o saldo foi de 408.500 vagas.

Considerando somente os dados do mês de junho, porém, a diferença entre os dois anos se deve à redução nas admissões em 2020, e não a um aumento nas demissões. Em junho de 2019, foram 1,2 milhão de admissões, contra 1,19 milhão de desligamentos. Já em 2020 houve 895,4 mil contratações, contra 906,4 mil demissões.

O governo atribui o número menor de desligamentos em 2020, mesmo com a crise, à Medida Provisória 936, que permitiu a suspensão de contratos de trabalho e a redução da jornada e salário dos funcionários. O balanço do Executivo aponta que 14,8 milhões de acordos foram firmados por 1,4 milhão de empregadores com 10 milhões de trabalhadores. Depois do decreto que possibilitou a ampliação dos prazos do programa, 1,5 milhão de acordos foram firmados.

Os gastos do governo com o Benefício Emergencial – pago para os trabalhadores que tiveram o contrato suspenso ou a jornada reduzida – somavam R$ 21,2 bilhões até o dia 24 de julho.

Detalhes dos resultados do Caged em junho

Ainda de acordo com os dados do Caged, o setor em que mais houve fechamento de vagas em junho de 2020 foi o de serviços, que teve saldo negativo de 44.891 empregos. Dentro do segmento, empresas de alojamento e alimentação foram as que mais fecharam vagas (-35.340).

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No comércio também houve perda de postos de trabalho, com saldo negativo de 16.646 vagas. Mesmo assim, o resultado foi melhor do que o de maio (-93.191) e abril (-246.953). Na sequência, a indústria aparece com fechamento de 3.545 postos em junho.

Segundo o balanço, dois setores tiveram ganho de empregos formais: na agropecuária, foram 36.836 novas vagas criadas; na construção, 17.270.

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No acumulado de 2020, serviços, comércio e indústria puxam queda

Considerando os dados de janeiro a junho deste ano, o balanço do Caged divulgado pelo Ministério da Economia aponta que três setores tiveram queda significativa no número de vagas. No setor de serviços, foram -507.708 vagas no período; no comércio, -474.511; na indústria, -246.593.

Na construção, também houve saldo negativo, mas bem mais tímido do que o registrado nos demais setores (-32.092). Já a agricultura foi o único setor que apresentou abertura de vagas considerando o acumulado do ano, com saldo de 62.633 postos de trabalho. Segundo o governo, a produção de café, laranja, soja e açúcar puxou a abertura das vagas.

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Veja a apresentação completa dos dados do Caged em junho:

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