Os Estados Unidos registraram, em dezembro, o menor ritmo de geração de empregos em três anos. No mês, foram criadas apenas 74 mil novas vagas, bem menos que a metade dos 200 mil postos esperados para o período.
O número, que contrasta com a média de 182.500 vagas geradas por mês nos últimos dois anos, pode frear os planos do Fed, banco central americano, de retirada de seu estímulo econômico.
A ata da última reunião do banco, divulgada nesta semana, mostra que, em dezembro, seus membros já consideravam que o programa de estímulos iniciado no fim de 2012 estava perdendo poderes e trazendo riscos para a economia.
Naquele mês, o Fed deu o primeiro passo para reduzir o estímulo: diminuiu de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões a injeção mensal, via compra de títulos.
Os dados divulgados hoje, contudo, podem adiar um novo corte. A expectativa é de que o programa seja encerrado na segunda metade deste ano.
Bom cenário
Para emergentes, como o Brasil, um freio na retirada do estímulo é bom cenário, já que novos cortes enxugariam o volume de recursos disponíveis para investimento nesses países -restringindo a oferta de dólares e pressionando a cotação da moeda para cima.
Alguns setores que haviam gerado emprego durante todo o ano passado registraram, inclusive, cortes no número de vagas em dezembro. Foi o caso da indústria de construção, que havia criado, em média, 10.000 postos por mês em 2013 e perdeu 16.000 vagas no último mês. No setor de saúde, 6.000 postos desapareceram -uma surpresa para a área, que havia criado 17.000 empregos por mês no restante de 2013 e 27.000, em 2012.
Apesar da baixa geração de vagas, a taxa de desemprego apresentou uma pequena melhora em dezembro, caindo de 7%, em novembro, para 6,7%. A diferença, contudo, deve ser avaliada junto com a queda de 0,8 pontos percentuais na participação no mercado de trabalho -isto é, a redução no desemprego também foi motivada pela saída de trabalhadores do mercado, e não necessariamente por um maior número de pessoas empregadas.
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