O governo federal confirmou nesta quinta-feira (27) Joaquim Levy, atual diretor superintendente da Bradesco Asset Management, como novo ministro da Fazenda e Nelson Barbosa como novo titular do Planejamento.
Em comunicado, a Presidência também informou que Alexandre Tombini continua à frente do Banco Central.
Veja abaixo as opiniões de parlamentares e economistas sobre as nomeações da presidente.
Aloysio Nunes (PSDB-SP), líder do partido no Senado
"São nomes tecnicamente respeitáveis. Nelson Barbosa e Joaquim Levy não rezam pela mesma cartilha de uma ala do PT vocalizada pelo ministro (da Casa Civil, Aloizio) Mercadante. Eu suspendo o meu julgamento para saber o que que eles vão fazer, quais são as medidas que vão adotar.
Ele (Levy) está habilitado para isso (mudar a política econômica), tem todas as condições técnicas e isso corresponde ao pensamento que ele tem manifestado e a ação que ele desenvolveu no governo Fernando Henrique e no primeiro mandato do Lula. Agora, repito, vamos esperar as medidas que a política econômica tomará para tirar o Brasil da crise que está."
Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado
"A escolha representa que o governo está dando uma atenção muito grande à equipe economica. É uma equipe que tem tanta experiência no setor privado como também no setor público, já que Levy e Barbosa já integraram o governo.
A escolha também demonstra que o governo vai priorizar o controle da inflação e normalizar nossos fundamentos macroeconômicos para retomar o crescimento. O Levy traz, no meu entendimento, uma nova visão em certos aspectos, mas ele foi secretário do Tesouro no governo Lula e deu início à atual politica econômica.
Levy e Barbosa formarão uma nova dupla que tem trânsito tanto no meio empresarial como na classe política. Até agora a reação do mercado tem sido boa e acho que vai continuar assim."
Agripino Maia (DEM-RN), líder do partido no Senado
"Eu vejo com naturalidade, desejo que eles façam o que o Brasil precisa. A indicação por si só não significa nada. O que significa é a atuação. Vamos ver o que é que a equipe econômica vai fazer, se é o que o Brasil precisa ou se é o que ela (Dilma) pregava na campanha. A indicação de nomes pouco significado tem, tendo em vista a personalidade da presidente. Ela é quem manda na equipe econômica. Os erros cometidos eu atribuo muito menos ao Mantega e muito mais a ela."
Mendonça Filho (DEM-PE), líder do partido na Câmara
"Principalmente com relação ao Joaquim Levy, primeiro, ele é um grande economista. Mas mais uma vez é a expressão de um estelionato eleitoral da presidente Dilma. Tem uma linha que é a antítese de todo o discurso da presidente Dilma. E ele vem para consertar a economia que está estagnada e com inflação. E desfazer toda a irresponsabilidade econômica.
(Tombini) Ele é uma figura que ao meu ver se adaptou ao comando da presidente Dilma e eu imagino que, com essa nova realidade, ele vai se adaptar ao comando do Joaquim Levy. Ela vai reorientar a situação do Banco Central no sentido de se adequar a uma política econômica mais austera comandada pelo Joaquim Levy."
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente-executivo do Bradesco
"Os nomes de Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini representam pilares de credibilidade, cada qual em sua área. Mas eles se complementam e dão unidade de ação a um governo que almeja o controle da inflação, a austeridade fiscal e a elaboração de um conjunto de reformas estruturais modernizadoras."
Murilo Portugal, presidente-executivo da Febraban
"Estamos mais otimistas com o próximo ano, esperando que estas indicações contribuam para a retomada da confiança o que, como os mercados indicam, já começou a ocorrer."
José Berenguer, presidente-executivo do JP Morgan no Brasil
"As escolha são excelentes. São profissionais de muita qualidade e ótima interlocução com os setores da economia."
Arnaldo Curvello, diretor de Gestão de Recursos da Ativa Corretora
"O mercado está bastante ansioso (por medidas fiscais), mas, pensando de forma racional, vamos lembrar que Levy não é alguém que estava no bloco de comando nos últimos anos. (...) Eu acho natural que, antes de tomar qualquer medida, ele gaste um tempo para entender como está a casa.
Tudo indica que ele vai ter uma autonomia grande e é sempre bom ver isso atestado. A minha percepção é que isso deve ser reforçado no discurso e deve manter o bom humor nas próximas semanas."
Neil Shearing, economista-chefe para Mercados Emergentes da Capital Economics"A nomeação de Joaquim Levy como ministro da Fazenda, em particular, vai reforçar as esperanças de um retorno a políticas mais ortodoxas durante o segundo mandato da presidente Rousseff. Enquanto a política fiscal e monetária não devem ser apertadas nos próximos trimestres, suspeitamos que a nova equipe vai lutar para avançar as reformas necessárias."
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