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Mercado em queda abre oportunidade para recompra

Veja quais as empresas paranaenses que mais desvalorizaram |
Veja quais as empresas paranaenses que mais desvalorizaram (Foto: )
Trem da ALL em Curitiba: empresa anunciou ontem plano para adquirir 2% de suas ações em circulação |

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Trem da ALL em Curitiba: empresa anunciou ontem plano para adquirir 2% de suas ações em circulação

Não são só os investidores que estão preocupados com a queda nos preços das ações. As próprias empresas também estão de olho nos gráficos, e algumas delas estão recomprando seus próprios papéis, com o objetivo de gerar mais valor para os seus acionistas e em aproveitar oportunidades para fazer frente a algumas necessidades próprias. Nos últimos dias, Hypermarcas, Telesp, Gol e MRV Engenharia iniciaram programas do gênereo.

É o caso, também, da paranaense ALL, que divulgou ontem a intenção de ir ao mercado para adquirir 9 milhões de ações, que equivalem a pouco mais de 2% do total em circulação. Segundo o comunicado, o objetivo é fazer frente a obrigações que a empresa terá devido aos planos de opção de compra de ações – aqueles em que empregados da empresa em posições de liderança têm incentivo para compra de papéis, como forma de remuneração variável. Ou seja: a empresa aproveita o momento de baixa no mercado para adiantar-se a uma despesa que teria de qualquer forma.

O Paraná Banco também fez opção semelhante. Em junho, a empresa anunciou seu nono programa de recompra de ações. O diretor de Relações Institucionais, Cristiano Malu­celli, diz que o objetivo é agradar o acionista. "Há uma distorção entre o preço do mercado e o que a gente acha que a empresa vale", explica Malu­celli. Por isso a empresa começou com as recompras, em julho de 2008, pouco mais de um ano após sua estreia no pregão. O Paraná Banco recomprou até agora 22,9 milhões de ações – 60% dos papéis colocados à venda em seu IPO –, investindo nisso R$ 164 milhões. Em média, o banco pagou R$ 7,16 por ação. Para Malucelli, é um bom negócio para a instituição, já que o valor patrimonial (que é definido pelo patrimônio da empresa dividido pelo total de ações) é de R$ 12. "É como pagar R$ 70 para obter uma nota de R$ 100", diz.

As ações adquiridas são canceladas, sem que haja redução de capital. Com isso, cada ação em circulação corresponde a uma fração ligeiramente maior do capital total da empresa. "Isso faz o preço unitário aumentar", explica Malucelli. Neste ano em que todas as empresas paranaenses com presença no pregão se desvalorizaram, o Paraná Banco teve a segunda menor perda, atrás apenas da Copel (veja box ao lado). Para o diretor, isso é consequência dos programas de recompra e de um meganegócio, a venda de parte da seguradora do grupo à Americana Travelers, por R$ 657 milhões. "Ambos são fatores que puxam o preço para cima", observa Malucelli. Para quem mantém os papéis na carteira, a recompra também significa dividendos um pouco maiores, já que o mesmo valor será dividido por um número menor de ações.

Com as recompras sucessivas, o Paraná Banco tem agora 25,2% de seu capital disponível para negócios na bolsa (parcela chamada de free float no jargão do mercado). O mínimo aceitável é 25%, o que restringe a possibilidade de novos programas do gênero.

Para o analista financeiro Raul Ribas, da Diversinvest, as empresas estão aproveitando o preço. "Algumas fazem isso para entesourar os papéis, outros pretendem diminuir o free float", diz. "Cada uma tem seu objetivo, mas todas se aproveitam do momento de baixa."

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