O mercado de produtos eróticos no Brasil coleciona números vultuosos: cresceu 18,5%, em 2011, quando movimentou R$ 1 bilhão, com a venda de 72 milhões de itens, de um rol de 12 mil produtos, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme). O aquecimento do mercado brasileiro, segundo analistas, se deve em parte à multiplicação da venda de porta em porta: em dois anos, o número de vendedoras de itens eróticos por catálogo saltou de dois mil para 85 mil.
"Muitas delas vendiam cosméticos e lingeries tradicionais e passaram a oferecer uma nova categoria de produtos. Esta venda atende, principalmente, as mulheres que ainda sentem vergonha de entrar num sex shop", afirma Evaldo Shiroma, organizador da Erótika Fair, feira que será acontece desta quinta até domingo, em São Paulo.
Segundo a Abeme, o investimento em capacitação e profissionalização do setor é outro fator responsável pelo crescimento acentuado do mercado. Paula Aguiar, presidente da associação, destaca que há exemplo de outros setores, o erótico tem focado sua atenção nas classes C e D, que sempre desejaram adquirir produtos sensuais. Atualmente, mais de 50% dos itens à venda têm preços abaixo de R$ 50.
Paula Aguiar, presidente da Abeme, destaca ainda que o mercado brasileiro é bastante particular. Dos 7,5 milhões de itens eróticos vendidos mensalmente no país, cinco milhões são cosméticos sensuais (óleos, gel, cremes estimuladores). Paula ressalta ainda que, enquanto a maioria dos outros países vende produtos chineses, no Brasil 65% dos itens são de origem nacional.
"O Brasil tem peculiaridades. Não trabalhamos a pornografia, e sim o erotismo e a sensualidade, algo extremamente positivo. O pudor do brasileiro, a religiosidade fez com que o mercado fosse mais voltado para este lado. O Brasil não é vendedor de vibradores, ao contrário da Alemanha e Estados Unidos", comemora Paula.
A feira Erótika Fair que será aberta na tarde desta quinta-feira 22), no Anhembi, em São Paulo, é considerada a quarta maior do mundo no segmento perdendo apenas para China, Alemanha e Estados Unidos, e a maior da América Latina. Nos quatro dias do evento são esperados cerca de 30 mil visitantes, 50% a mais do que no ano passado.
A feira de um setor tão peculiar, como é o erótico, promete mais do que estandes de vendas de produtos. A programação inclui aulas de pompoarismo, pole dance, shows com strippers nacionais e internacionais e ainda um espaço dedicado à apresentação de filmes adultos vintage, lançamentos de filmes eróticos 3D, e a presença de produtoras, diretores, atores e atrizes fazendo ensaios fotográficos e distribuindo autógrafos. A feira vai desta quinta a domingo, das 14h às 22h.