São Paulo – A semana útil mais curta no mercado financeiro concentrará o foco na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre terça e quarta-feira, antes do feriado de Corpus Christi. Diferente do ocorrido nas previsíveis últimas reuniões do comitê, qualquer decisão desta vez será alvo de polêmica e de forte especulação.

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Se reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, será a primeira vez neste ano em que o Copom alterará o ritmo de corte da Selic. A medida poderá ser entendida como uma mudança comportamental ou sujeição às pressões do mercado.

Por outro lado, se mantiver o corte de 0,25 ponto porcentual, demonstrará ortodoxia radical na condução da política monetária, uma vez que a inflação acumulada pelo IPCA em um ano é de 3%. A decisão irá contra a maior parte do mercado – um embate também inédito por parte da autoridade monetária.

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A expectativa dominante é que o BC reduza a Selic, para 12% ao ano – os menores juros nominais da história brasileira. Uma redução de apenas 0,25 ponto porcentual poderá levar a fortes ajustes nas negociações na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). No mercado de câmbio, pode ser o argumento que faltava para justificar o dólar abaixo de R$ 1,90. Na sexta, a moeda encerrou a R$ 1,906.

"O Copom não olha o câmbio, só a inflação. Mantemos a previsão de corte de 0,25 ponto. É mais prudente e coerente com a argumentação anterior do Copom, de preocupação com o crescimento da demanda doméstica’’, diz o economista da corretora Concórdia, Elson Teles.

Antes do resultado do Copom, o mercado prestará atenção em três índices de inflação. Hoje a Fipe divulga o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de maio na cidade de São Paulo. A expectativa é que fique em 0,38%. Na quarta pela manhã saem o IGP-DI e o IPCA, o índice que baliza a meta para a inflação. A previsão do mercado é que o IGP-DI fique em 0,18%, e o IPCA, em 0,28%. Qualquer valor acima disso pode sensibilizar o Copom a segurar ainda mais as rédeas da política monetária, uma vez que a decisão é tomada no fim da tarde.

Para a Bolsa, a percepção do mercado é que o ritmo de valorização deve prevalecer após ter sido superada a barreira de 53 mil pontos. "Mas podemos ter períodos de baixa’’, diz Flavio Serrano, da corretora López León.