As incertezas em relação à política econômica atrapalharam, pelo segundo dia seguido, o desempenho do mercado financeiro. O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores, fechou o dia a104,1 mil pontos, uma queda de 2,1%.
Já, o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5,45, encerrando a R$ 5,4520, 1,75% a mais do que na segunda-feira. Os juros do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiram de 13,53% para 13,72% ao ano.
Analistas e operadores apontam que o mercado vem buscando previsibilidade. E as sinalizações não são favoráveis para o curto prazo. A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em não revogar de imediato a desoneração dos impostos federais sobre os preços dos combustíveis, contrariando o ponto de vista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e impasses sobre questões regulatórias, como as relacionadas às privatizações, não foram bem vistas pelo mercado.
“A prorrogação de alívio tributário ampliou as incertezas em relação à condução da política fiscal”, cita a Bloomberg.
Outro agravante foi a defesa do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), da necessidade de rever a reforma da Previdência. Segundo o Valor, ele disse que pretende provar que a previdência não é deficitária.
A cotação do dólar também foi pressionada por causa das expectativas de novas altas na taxa de juro nos Estados Unidos. A ata da reunião de dezembro deverá ser divulgada nesta quarta. O temor é de que sejam promovidas novas altas, o que torna ainda mais atraentes os títulos norte-americanos. Isto acaba por favorecer a valorização do dólar.
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