Os analistas do mercado financeiro elevaram, na última semana, a sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 6,06% para 6,26%, informou o Banco Central por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa com os economistas das instituições financeiras.
Se confirmado o crescimento deste ano em 6,26%, conforme a previsão do mercado financeiro, será a maior expansão do PIB desde 1986, quando o país cresceu 7,49%, segundo série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada pelo BC. Para 2011, a previsão de crescimento econômico do mercado financeiro permaneceu estável em 4,5%.
Inflação
Com crescimento econômico maior, os analistas apostam que também haverá pressão maior sobre os preços. Na última semana, o mercado financeiro elevou, pela 16ª vez consecutiva, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2010.
A expectativa do mercado para o IPCA deste ano, indicador que é utilizado como referência no sistema de metas de inflação, passou de 5,42% para 5,50% na semana passada. Para 2011, a previsão dos analistas permaneceu em 4,80%.
No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Juros
Com a expectativa de inflação em alta, os analistas também apostam que os juros continuarão subindo para impedir a escalada dos preços. Em junho, de acordo com a previsão do mercado financeiro, a taxa deverá ser elevada para 10,25% ao ano, ou seja, um novo aumento de 0,75 ponto percentual. O mercado terminarão este ano em 11,75% ao ano e 2011 em 11,50% ao ano - o que representa elevação em relação à semana retrasada (quando a previsão era de 11,25% ao ano para o fechamento do ano que vem).