Investimento
BC não detecta migração de recursos entre caderneta e renda fixa
Números do Banco Central e da indústria de fundos mostram que a caderneta de poupança e os fundos de investimentos registraram mais depósitos do que saques neste início de abril. Até o momento, não se verifica migração de recursos em massa entre as duas opções de aplicação, apesar dos cortes recentes na taxa básica de juros, que aumentam a atratividade da poupança em relação a outras aplicações de renda fixa.
Os depósitos na caderneta de poupança superam os saques em R$ 1,487 bilhão em abril, segundo dados do BC até o último dia 12 (oito dias úteis). Embora o resultado seja positivo, a captação neste mês está abaixo da verificada no mesmo período de março em dias úteis, quando houve entrada líquida de R$ 1,676 bilhão.
Já os fundos de investimento registram captação positiva de R$ 8,532 bilhões em abril até o dia 16, conforme informações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Somente os Fundos DI e Renda Fixa captaram R$ 6,295 bilhões no período.
Nos dois primeiros meses do ano, a poupança teve saída de recursos, ou seja, saques superiores ao valor dos depósitos, de R$ 415 milhões. Em março, os depósitos voltaram a superar os saques, com uma captação de R$ 2,544 bilhões. Foi o maior resultado para meses de março da série iniciada em 1995 pelo BC.
0,75% ao mês
é a nova taxa de juros para crédito consignado na Caixa Econômica Federal. A instituição cortou pela segunda vez nos últimos dez dias as taxas para o cliente. A redução abrange três linhas para pessoas físicas (Consignado, CDC e veículos) e linhas para micros, pequenas e médias empresas.
O mercado de juros futuros encerrou o dia de ontem com pequena devolução de prêmios, em um movimento que foi alimentado por notícias e especulações em torno de possíveis alterações nas regras da poupança. Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fazer o que todos esperavam e cortar a Selic para 9%, na quarta-feira, mas não dar sinais sobre o fim do afrouxamento, os investidores passaram a acreditar em mais um corte da taxa básica de juros.
Tais apostas, porém, encontravam limite no rendimento da poupança. Porta-vozes do governo, entretanto, vêm sinalizando que a presidente Dilma Rousseff teria decidido assumir o ônus político de mexer nas regras da caderneta de poupança. Por isso, o mercado se sentiu mais confiante para ampliar as apostas em uma redução mais incisiva da Selic um movimento que foi freado ao longo do dia, diante de negativas vindas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da própria presidente Dilma. Além disso parece não haver, dentro do governo, um momento definido para a alteração das regras da poupança.
Taxa de 8,4%
Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (582.320 contratos) marcava 8,39%, de 8,42% e após bater na mínima de 8,32% pela manhã. Por enquanto, segundo um economista, a curva embute um corte adicional próximo a 0,40 ponto porcentual para a Selic, mais perto do 0,5 pp. Ontem, as apostas estavam no meio do caminho entre o 0,25 pp e o 0,5 pp. O DI janeiro 2014 (345.895 contratos), por sua vez, apontava 8,89%, de um ajuste a 8,90%. Nas taxas longas, o DI janeiro de 2017 (60.050 contratos) indicava 10,18%, de 10,15% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2021 (4.125 contratos) estava em 10,72%, de 10,70% no ajuste.
Como a popularidade da presidente da República está elevada, os agentes de mercado acreditam que ela teria condições de assumir o ônus de alterar o rendimento da poupança. A caderneta oferece remuneração de 6,17% acrescida de Taxa Referencial (TR). Com a Selic cada vez menor, essa modalidade ganha competitividade em relação aos seus concorrentes, principalmente aos fundos de investimentos, uma vez que é isenta de Imposto de Renda.
A preocupação do governo é devida ao fato de os fundos de investimento serem os principais compradores da dívida federal. Uma possibilidade de mudança na poupança seria atrelar seu rendimento a um porcentual da Selic, de forma a manter os fundos atrativos. Em virtude dessas discussões, a agenda de indicadores, que já era fraca, acabou relegada de vez ao segundo plano. Na próxima semana, o mercado deve acompanhar de perto a divulgação do IPCA-15 de abril, o resultado primário do governo, a evolução da taxa de desemprego, bem como a pesquisa Focus, que pode trazer novas projeções para a Selic.
Troca de comando na Câmara arrisca travar propostas que limitam poder do STF
Big Brother religioso: relatório revela como a tecnologia é usada para reprimir cristãos
Cuba e México disparam de posição entre os países que mais perseguem cristãos no mundo
O problema do governo não é a comunicação ruim, mas a realidade que ele criou
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast