Que recrutadores e empresários considerem o inglês essencial para dar um “up” na carreira e no salário não é surpresa para ninguém. O que chama atenção é que, apesar dos benefícios profissionais reconhecidos, apenas 2% dos brasileiros estudam atualmente a língua de Shakespeare, segundo pesquisa da Nielsen.
O estudo mostra também que 81% da população não só nunca estudou inglês, como também não pretende frequentar algum curso. Atualmente, cerca de 5% da população brasileira diz falar inglês, mas apenas 3% com fluência, segundo levantamento do site de classificados Catho.
Contudo, dominar o idioma pode impactar até 72% no salário para os cargos mais altos – gerente, diretor, presidente – e até 52% no caso de um analista. Coordenadores, supervisores e técnicos podem ganhar cerca de 60% a mais. As áreas de tecnologia e negócios são as que mais exigem profissionais qualificados no idioma.
“Ter um profissional que consiga fazer relatórios, conferências e reuniões com estrangeiros é um grande passo. Eles conseguem conquistar mais espaço no ambiente de trabalho porque são completos. É claro que essa formação é exigida de acordo com a área de atuação profissional, mas ainda assim é importante ressaltar que o inglês e o espanhol são fundamentais aos olhos dos recrutadores”, afirma Fernando Gaiofatto, gerente da Catho Educação.
André Belz, fundador e diretor da franquia de escolas de inglês Rockfeller Language Center, afirma que 78% dos adultos que se matriculam na sua rede o fazem por motivos profissionais. “Um curso de dois anos é suficiente para alcançar um nível avançado, que permite trabalhar e viajar tranquilamente”, garante.
A Associação Brasileira de Franchising contabiliza no Brasil 34 marcas de escolas de idiomas, com 5.449 unidades. André Belz, cuja rede Rockfeller está em expansão, acredita que haja mercado pela frente. "Como 17% dos brasileiros têm interesse em estudar inglês, o mercado é gigante. Grupos de investimento estão adquirindo marcas de escolas de idiomas", diz.
Falta de tempo e custo elevado são apontados pelos estudantes como os principais motivos que afastam os brasileiros das escolas de idiomas. Cerca de 80% dos alunos abandonam o curso nos primeiros dois anos. Para democratizar o acesso, muitas escolas estão investindo na educação à distância.
"O aumento da oferta de cursos online está ampliando o acesso para os alunos adultos. Eles dão mais flexibilidade, a qualquer horário e qualquer lugar, através do celular", diz Ana Antonio, gerente de operações do Hyper English, plataforma de ensino de inglês à distância. Os cursos online são 20% a 30% mais baratos que os presenciais.