Na semana de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), boa parte do mercado projeta a execução de um corte de 0,50 ponto porcentual. Hoje a Selic está em 12%. O corte, segundo analistas, não tem razão para ser menor, frente aos indicadores atuais da economia, com a inflação sobre controle e a valorização do real frente ao dólar.
"Um corte de 0,5 ponto porcentual, em tese, poderia ajudar a conter um pouco a queda do dólar. Isso porque os investidores teriam mais dificuldade em arbitrar seus investimentos em um país desenvolvido com ganhos menores ou apostar em um país em desenvolvimento com rendimento e risco maiores, avalia João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer.
Para o diretor do mercado de ações da corretora Manchester, Adolir Rossi, um corte inferior a 0,5 ponto porcentual será uma "frustração para o mercado. "Todos os números da economia estão favoráveis. Um corte de 0,5 ponto aumentaria a confiança do investidor e favoreceria a migração de renda fixa para variável, mantendo a força da Bovespa [Bolsa de Valores de São Paulo], afirma.
Na última reunião, encerrada em 6 de junho, a inflação sob controle e a valorização do real frente ao dólar fizeram o Banco Central acelerar o ritmo de corte da taxa básica de juros. Na ocasião, o Copom anunciou a redução da Selic de 12,5% para 12% ao ano. Nas três reuniões anteriores, o corte foi menor, de 0,25 ponto porcentual.