O mercado financeiro manteve a previsão de que a Selic permanecerá em 9% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio, mesmo depois de o Banco Central indicar que pode continuar reduzindo a taxa básica de juros do país. Ao mesmo tempo, os agentes elevaram as expectativas para a inflação tanto em 2012 quanto em 2013.
O Relatório Focus do BC, publicado nesta segunda-feira (30), mostrou ainda que os analistas preveem que a Selic terminará o ano em 9% e fechará 2013 em 10%, também inalterado em relação à semana passada.
Em sua ata da última reunião do Copom, divulgada na semana passada, o BC indicou que deve continuar reduzindo a Selic, embora tenha destacado que qualquer movimento deve ser conduzido com "parcimônia". No dia 18 passado, o comitê reduziu a taxa em 0,75 ponto percentual, para os atuais 9% ao ano.
Logo em seguida, parte dos agentes econômicos passou a fazer apostas em mais cortes, entre 0,50 e 0,25 ponto percentual.
O mercado continua atento às decisões do BC em relação à taxa Selic, entre outros, por causa da poupança que, no limite, pode evitar mais cortes na taxa básica de juros.
O Ministério da Fazenda já tem um mix de alternativas para manter a poupança menos atrativa que as aplicações nos fundos de investimento e evitar a migração de recursos. Segundo uma fonte próxima ao assunto ouvida pela Reuters na semana passada, entre elas estavam a possibilidade de reduzir a rentabilidade da poupança, mas mantê-la isenta de Imposto de Renda (IR), ou o contrário: manter a rentabilidade mas passar a tributar os ganhos financeiros a partir de aplicações acima de 50 mil reais.
O rendimento da poupança é fixado em 0,50% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial, mas o aplicador é isento de Imposto de Renda. A queda da Selic pode provocar uma migração dos investidores das aplicações em renda fixa, que são remuneradas pela taxa básica, para a poupança, o que causaria distorções no mercado.
Inflação
Para a inflação, as estimativas dentro do Focus apontam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará este ano em 5,12%, ante 5,08% no relatório da semana passada. Para o final de 2013, o mercado também ampliou suas contas para o indicador, passando de 5,50% para 5,53%.
Para o IPCA em 12 meses, as projeções ficaram em 5,53%, contra uma alta de 5,47% na semana passada.
O relatório também mostrou alteração na perspectiva do Produto Interno Bruto (PIB), cuja previsão agora é de encerrar 2012 com crescimento de 3,22%, ante 3,21% na semana passada. Para 2013, a projeção dos agentes consultados elo BC é de crescimento de 4,30%, ante 4,25% no último relatório.
O BC vem repetidamente afirmando que a inflação vai convergir para o centro da meta oficial de 4,5% pelo IPCA no fim do ano.
Na ata publicada na semana passada, o Copom elevou a projeção de inflação para 2012 e 2013 pelo cenário de referência -que leva em consideração o câmbio a R$ 1,85 e a Selic em 9,75%. Segundo o documento, para este ano a inflação encontra-se "em torno do valor central" da meta do governo, de 4,5% pelo IPCA. Para 2013, a inflação está "acima" do centro da meta.
Em março, o IPCA subiu menos do que o esperado, com alta de 0,21% no mês e 5,24% no acumulado em 12 meses, ante 5,85 por cento nos 12 meses até fevereiro.
Ainda segundo o Focus, a taxa de câmbio prevista no para o fim de 2012 pelo mercado é de R$ 1,80 por dólar, inalterado ante a semana passada.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast