O mercado manteve a previsão para a Selic, a taxa básica de juros, em 11% para este ano. O boletim Focus, feito pelo Banco Central a partir de consultas com economistas de instituições financeiras, também aponta uma ligeira queda na estimativa para o IPCA (inflação oficial do país) para este ano: 6%, contra 6,02% na leitura da semana semana.
O índice esperado pelo mercado é superior aos 5,91% de 2013 e mais próximo do teto da meta do governo, de 6,5%.
Para o mês de janeiro, o mercado estima que a inflação fique em 0,72%, também com pequena queda sobre o Focus anterior, que estimava IPCA de 0,75% para o período. A perspectiva para fevereiro não foi alterada (0,65%).
Juros
No boletim da semana passada, o mercado havia aumentado a previsão para a Selic de 10,75% para 11%, na esteira do ciclo de aperto promovido pelo Banco Central para combater a inflação.
Esse ciclo, iniciado em abril, tirou a taxa básica de juros da mínima histórica de 7,25% e a levou aos atuais 10,50%.
Na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária), técnicos sinalizaram que a inflação mostra resistência, está acima da que se "antecipava" e que a previsão aumentou para este ano.
A elevação dos juros deve contribuir para um crescimento menor. O mercado manteve a mesma perspectiva para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014: 1,91%.
Tombini
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou na semana passada que os países emergentes como o Brasil serão forçados a subir os juros devido ao aumento nas taxas dos países desenvolvidos.
Em palestra na London School of Economics, na Inglaterra, afirmou que a alta dos juros nos países desenvolvidos é um "aspirador de pó" que vai sugar dinheiro dos países emergentes, forçando-os a fazer o mesmo.
A fala de Tombini ajudou a corroborar as avaliações de que o BC vai continuar com seu ciclo de aperto monetário.
Na ocasião, o presidente do BC disse que economia brasileira deve crescer neste ano em ritmo semelhante ao de 2013 que, segundo as projeções, deve ficar em torno de 2,3%.