Campo Largo Apesar de ser um levantamento oficial da Seab, o crescimento do valor bruto da produção agropecuária (VBP) na floricultura é questionado por produtores e está longe de ser uma unanimidade na comparação com o desempenho do campo. Enquanto alguns vêm ampliando sua área cultivada, outros reduzem a produção a cada ano.
Há mais de uma década cultivando flores, Silvestre Urchinski, de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, diz que, nos últimos anos, precisou se dedicar às plantas ornamentais e se rendeu ao produto vindo de outros estados. Em um espaço que mantém no barracão da Ceasa (central de abastecimento), ele comercializa a produção própria e também revende flores de fornecidas por produtores de São Paulo.
Urchinski chegou a produzir de 6 a 8 mil caixas (de 15 mudas) por mês, entre 1997 e 1998, mas não conseguiu manter essa média. Atualmente sua produção é de 2.500 caixas por mês. Ele planta três variedades: beijo americano, begônia e petúnia. Os problemas do mercado de flores, na avaliação do produtor, estariam na defasagem do preço que ocorreu nos últimos anos, no aumento da concorrência e na queda da demanda por flores na região.
Já a situação de outro produtor, Silvestre Waenga, traduz melhor os números do VBP. Ele começou a produzir flores há seis anos, após abandonar a lavoura de grãos. No início, montou apenas uma estufa para testar o mercado. Hoje já tem quatro, com capacidade total para 6 mil vasos.
"É mais rentável trabalhar com flores do que com grãos", diz Waenga, que durante 25 anos produziu soja e outras culturas de verão. (GF)