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Os analistas do mercado financeiro aumentaram a expectativa de estouro da meta de inflação deste ano, que agora alcança 4,62% de acordo com o Relatório Focus divulgado nesta segunda (11). A estimativa, feita pelo Banco Central com analistas, mostra uma piora da percepção sobre as contas públicas.
Na semana passada, o mercado já projetava um estouro do teto da meta de 4,5%. Com a estimativa desta segunda (11), a expectativa é de que o governo fique mais pressionado a fechar um acordo para o prometido corte de gastos que se arrasta há duas semanas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu à tarde com o ministro Fernando Haddad (Fazenda), fora da agenda oficial, para conseguir fechar o pacote que tem resistência principalmente entre os titulares da área social – em um embate direto com a equipe econômica. No entanto, ainda não há previsão de divulgação.
Além da inflação deste ano, o mercado financeiro já vê também um reflexo em 2025, de 4,03% para 4,1%, e para 2026, de 3,61% para 3,65%.
Por outro lado, a expectativa para o crescimento da economia neste ano – calculado pelo PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todos os serviços e bens produzidos pelo país) se manteve estável em 3,1% para o fim deste ano. Para o ano que vem, avançou de 1,93% para1,94%.
Entre outras estimativas, a expectativa para a taxa básica de juros segue em 10,75% ao ano, e a cotação do dólar evoluiu de R$ 5,50 para R$ 5,55 neste ano.
As expectativas piores para a economia brasileira veem aumentando gradativamente em reflexo à demora do governo em anunciar onde irá cortar gastos. Lula tenta arbitrar as diferenças entre os ministros da área social e a equipe econômica, e em meio a um racha entre a ala a favor do corte e a mais raiz do PT.
Esse racha piorou nesta segunda (11) com a divulgação de um manifesto assinado pelo PT e outros partidos e movimentos sociais contra o pacote, além das críticas feitas pela presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PT-PR), neste final de semana.
Ela afirmou que o corte é um “sacrifício dos aposentados, dos trabalhadores, da saúde e da educação, que podem até combinar com o neoliberalismo frenético do governo passado, mas não com o governo que foi eleito para reconstruir o país”.