Bancos e corretoras pioraram projeções para inflação em 2024 e juros em 2025. Discurso de Gabriel Galípolo (foto), cotado para assumir o Banco Central, foi considerado “duro”.| Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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Bancos, corretoras e casas de análise pioraram suas projeções para a inflação deste ano e a taxa básica de juros (Selic) de 2025. Os dados constam do relatório semanal Focus, publicado nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central.

O ponto médio das expectativas para o IPCA ao fim deste ano passou de 4,12% para 4,20%. Foi a quarta semana consecutiva de alta. O avanço ocorre após a divulgação da inflação de julho, que superou expectativas. O índice acumulado em 12 meses chegou a 4,5%, o topo da meta perseguida pelo Banco Central.

A expectativa mediana para a Selic em dezembro continuou em 10,5% ao ano, mesmo nível em que a taxa está hoje. Porém, o ponto médio para o próximo ano subiu de 9,5% para 9,75%. Ou seja, a avaliação ainda é de redução de juros em 2025, mas espera-se um corte mais fraco.

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Juros futuros sobem após fala de Galípolo sobre "desconforto" com inflação acima da meta

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Na semana passada, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, disse haver uma volatilidade "acima do normal" e que o cenário para atingir a meta é "desconfortável". Ele observou que as projeções indicam inflação acima da meta de 3% no chamado "horizonte relevante", que hoje é o primeiro trimestre de 2026.

Galípolo foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e é tido como favorito a suceder Roberto Campos Neto no comando do BC de 2025 em diante. No discurso, em evento na quinta-feira (8), ele também afirmou que cabe aos "novos diretores do BC" – o que o inclui – "conquistar credibilidade perante a sociedade".

As falas foram interpretadas como uma mensagem dura e de compromisso com o combate à inflação. No mercado financeiro, os juros futuros subiram após as declarações do diretor. E algumas casas reajustaram suas projeções para a taxa básica – cresceu o número das que esperam algum aumento da Selic ainda neste ano.

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