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crise financeira

Mercado pressiona Grécia; Alemanha impõe condições

A Alemanha disse nesta segunda-feira que poderia oferecer ajuda à Grécia em alguns dias caso Atenas concorde em implementar mais medidas de austeridade rígidas, mas dúvidas quanto ao resgate levavam o custo do seguro contra um default grego à máxima recorde.

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o país, que tem impostos severas condições sobre uma ajuda à Grécia, está pronto para prover financiamentos para defender o euro caso Atenas mostre disposição em pôr um freio nos gastos e colocar a economia de volta num ritmo sustentável.

Os custos de financiamento da Grécia subiram à máxima em 12 anos, refletindo temores de investidores de que a assistência venha tarde demais para evitar o que seria a primeira moratória da zona do euro.

Marco Annunziata, economista-chefe do UniCredit MIB, disse que "é extraordinário que um país-membro da zona do euro se encontre a meras três semanas de um potencial default, com uma clara possibilidade de que a incerteza seja resolvida somente no último minuto".

Inquietações com o risco de crédito soberano também derrubavam o euro e as ações de bancos gregos, enquanto elevavam os custos do seguro da dívida de Portugal a novas máximas, ressaltando preocupações de que o país possa ser o próximo Estado do bloco a sofrer uma crise de dívida.

Merkel --que enfrenta resistência pública para oferecer ajuda à Grécia mas quer tranquilizar os mercados-- afirmou que a Grécia tem de implementar mais medidas visando cortes de gastos, mas também deixou claro que Berlin está próxima de uma decisão sobre conceder auxílio.

"Precisamos de um desenrolar positivo na Grécia junto com mais medidas de cortes de gastos", disse ela a jornalistas na capital alemã. "A Alemanha ajudará se as condições apropriadas forem respeitadas. Isso levará mais alguns dias."

O apoio da Alemanha, maior economia da Europa, é vital para qualquer pacote de ajuda, mas Merkel teme que seu partido possa perder uma eleição regional em 9 de maio, fazendo sua coalizão de governo perder a maioria na câmara baixa do Parlamento.

O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse que Berlim quer liberar a ativação de um pacote de ajuda à Grécia antes de 19 de maio, quando Atenas terá de refinanciar 8,5 bilhões de euros em títulos.

Carregando uma enorme dívida e um déficit inchado, a Grécia se rendeu à pressão dos mercados na sexta-feira e fez um pedido formal de ajuda, o que pode ser o primeiro resgate financeiro de um membro em 11 anos de existência do bloco de moeda única.

Atenas está agora em conversas com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a adoção de passos adicionais para receber ajuda antes da data limite de 19 de maio, quando o país terá de honrar obrigações de dívida.

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