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Consumo

Mercado prevê menor alta do crédito em 8 anos

Consumidor está optando por segurar novas compras para não se endividar ainda mais | Antônio More/ Gazeta do Povo
Consumidor está optando por segurar novas compras para não se endividar ainda mais (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

Apesar da queda na inadimplência, os bancos devem manter a rédea curta na concessão de crédito para consumo neste ano. A previsão do Banco Central é de um crescimento de 13% em 2014, puxado pelo setor imobiliário. Se confirmado será a menor taxa dos últimos oito anos – reflexo da perspectiva de um crescimento baixo da economia.

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Trata-se de um ritmo bem menor de crédito do que se viu nos últimos anos. Desde 2007 o estoque de financiamentos para pessoa física (imobiliário e consumo) cresceu 137%. No ano passado, o aumento foi de 14,6%, para R$ 2,7 trilhões.

O crédito para consumo, por sua vez, deve ter um avanço mais tímido. A desaceleração já foi sentida no ano passado, quando ele cresceu 7,8%. Um dos setores mais afetados com a prudência de bancos e consumidores foi o automotivo. Nos últimos doze meses, o estoque do crédito ficou praticamente estagnado.

Os bancos não devem afrouxar tão cedo as exigências para concessão de crédito porque a inadimplência, que teve recuo nos últimos meses, dá sinais de que parou de cair, segundo Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. "Ela não vai recuar mais tanto. E os bancos têm receio de repetir os problemas enfrentados nos últimos dois anos com o aumento do calote", diz. A inadimplência das pessoas físicas, que atingiu 8% em dezembro de 2012, estava em 6,6% em janeiro, segundo o Banco Central.

Prudência

A alta das taxas de juros, o endividamento das famílias, a inflação persistente e a economia fraca são fatores que limitam o espaço para novas quedas no calote, na opinião do analista.

Além da resistência dos bancos, o consumidor endividado está optando por segurar novas compras. Ainda não há números oficiais, mas os bancos relatam que a procura por crédito pelas pessoas físicas foi bem menor do que o esperado nos dois primeiros meses do ano e em março ainda não houve recuperação.

Segundo a Serasa Ex­pe­rian, a demanda do consumidor brasileiro por crédito recuou 9,6% em fevereiro com relação a janeiro. Na comparação com fevereiro de 2013, no entanto, houve alta de 1%. Neste caso, o avanço é atribuído ao deslocamento do feriado do carnaval, que neste ano aconteceu em março.

O professor de economia Otto Nogami, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), prevê que o consumo não deve reagir antes do fim do primeiro semestre. "A retomada deve vir na segunda metade do ano ou no início de 2015", prevê. Para ele, o consumo nesse ano deve avançar entre 2,5% e 3%, para um Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5%.

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