Economistas e instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central projetaram um recuo menor da atividade econômica do Brasil neste ano, mas elevaram as previsões para a inflação em 2016, após novos dados sugerirem que os preços permanecem pressionados.
Os dados constam no boletim Focus, pesquisa semanal do BC divulgada nesta segunda-feira (23). O levantamento indica que o PIB (Produto Interno Bruto) deve recuar 3,83% neste ano, ante projeção de queda de 3,88% na semana passada.
A melhora reflete em parte o otimismo do mercado com o governo do presidente interino, Michel Temer, que deve anunciar nesta semana medidas para destravar o investimento e buscar uma recuperação do crescimento nos próximos meses. Para o próximo ano, a expectativa de crescimento econômico se manteve em 0,50%.
Inflação
A previsão para a inflação, porém, mostra um IPCA (índice oficial do governo) mais pressionado, com avanço de 7,04% neste ano, contra projeção anterior de alta de 7%. Há quatro semanas, o boletim Focus apontava inflação de 6,98%.
Na sexta-feira (20), a prévia da inflação oficial de maio mostrou que, mesmo com a piora da economia e a redução do consumo pela população, os preços no país ainda resistem a ceder. O IPCA-15 atingiu 0,86% em maio, avanço em relação ao apurado pela prévia de abril, de 0,51%. Trata-se da taxa mais alta verificada para o mês de maio desde 1996.
Em 12 meses, o índice bateu 9,62%, acima do 8,24% de igual período do ano passado e muito acima do teto da meta da inflação, de 6,5%.
Para 2017, a estimativa para a inflação foi mantida em 5,50%, abaixo da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o próximo ano, que é de 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Câmbio
A perspectiva para o câmbio voltou a ser reduzida e agora a pesquisa aponta que o dólar deve encerrar o ano a R$ 3,67, ante previsão de R$ 3,70 no boletim passado. Para 2017, houve redução de R$ 3,90 para R$ 3,88.
A estimativa para a taxa básica de juros (Selic) caiu de 13% para 12,75% neste ano e de 11,50% para 11,38% no próximo.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast