A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve variação de 0,79% em janeiro. Usado como referência para a maioria dos contratos de aluguel, o IGP-M acumula alta de 11,5% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados ontem pela Fundação Getulio Vargas, que leva em consideração os preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. A estimativa do mercado imobiliário é que o reajuste seja integralmente repassado aos contratos em vigência.
O que se observa nos contratos novos, no entanto, é um aumento bem acima do índice, segundo um levantamento feito pelo professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e da UFPR Ramiro Gonçalez, especialista em engenharia de mercado. Com base nos anúncios de imóveis de janeiro de 2010 e 2011, o professor observou um aumento de 28,1% no valor dos aluguéis para apartamentos de um quarto no período. Para os apartamentos de dois quatros, a variação foi de 22,4% e para três e quatro quatros, 19,8% e 11,9%, respectivamente.
O estudo também mostra uma variação bem acima da IGP-M no aluguel de casas 36,7% para imóveis de até 100 metros quadrados, 35,6% entre 100 e 200 metros quadrados e 28,9% acima dessa metragem. "Nos últimos dois anos houve uma brutal valorização do preço de venda dos imóveis. Mas o valor dos aluguéis não acompanhou, por isso está subindo agora e os contratos novos estão com reajuste bem acima da inflação", diz o professor. Isso porque o valor do aluguel normalmente representa entre 0,6% e 0,9% do valor de venda.
Além disso, houve uma queda grande na oferta, segundo Gonçalez. "Quem quiser trocar de imóvel vai ter uma surpresa. Está se pedindo muito mais do que no mesmo período do ano passado. O melhor, na maioria dos casos, é ficar com o contrato antigo, mesmo com a variação do IGP-M", aconselha.
Perspectivas
O IGP-M poderá mostrar uma desaceleração em fevereiro e ajudar a taxa acumulada de 12 meses a inverter o movimento de aceleração que foi visto ao longo de todo o ano passado, disse ontem o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. Ele destacou que a maior parte de uma ajuda para o índice em fevereiro poderá vir dos preços ao consumidor.
Para Quadros, enquanto o grupo Alimentação costuma sofrer, especialmente nos primeiros meses de cada ano, uma influência da volatilidade dos itens in natura, as pressões em Educação e Transportes, com os reajustes nas mensalidades escolares e nas tarifas de ônibus respectivamente, tendem a diminuir já em fevereiro, favorecendo o comportamento dos preços ao consumidor do período.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast