Diante da dificuldade que a economia brasileira vem mostrando em deslanchar e dos dados fracos de atividade, o mercado reduziu a projeção sobre a Selic neste ano e cortou pela sexta semana seguida a perspectiva para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira, analistas agora preveem que a taxa básica de juros do país terminará 2012 em 7,50 por cento, depois de cinco semanas estimando 8 por cento. Para o PIB, o mercado reduziu a previsão de crescimento de 2,53 para 2,30 por cento.
Com isso, os agentes econômicos continuam estimando que o crescimento em 2012 ficará abaixo do já fraco desempenho do ano passado, quando a expansão foi de apenas 2,7 por cento.
Para 2013, as previsões agora apontam para um PIB crescendo 4,25 por cento, depois dos 4,30 por cento da semana anterior. Já para a Selic no período, o mercado não mudou suas contas, prevendo a taxa encerrando o ano a 9 por cento.
Diante do ritmo lento da atividade no Brasil, a equipe econômica já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5 por cento do PIB para este ano e fala em algo em torno de 3 por cento.
O PIB cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre do ano comparado com os últimos três meses de 2011, mostrando que a economia brasileira ainda patinava. O pior cenário é na indústria, cuja produção registrou a segunda queda seguida em abril, ao recuar 0,2 por cento frente a março.
Com isso, o governo tem se esforçado para fazer a atividade econômica no país voltar a crescer com mais vigor, adotando novas medidas de incentivo. A última foi dada na semana passada, quando anunciou uma linha de crédito de 20 bilhões de reais para que os Estados possam realizar investimentos em infraestrutura.
O BC, por sua vez, também tenta ajudar nessa recuperação, ao ter reduzido a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto passado, para a mínima recorde de 8,50 por cento ao ano atualmente. A ata da última reunião do Copom mostrou que a autoridade monetária continuou indicando que deve fazer novos cortes na taxa básica de juros do país com "parcimônia."
INFLAÇÃO
Diante de sinais de arrefecimento da inflação nas últimas semanas, o mercado continuou reduzindo suas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final deste ano, que passou de 5,03 para 5,00 por cento. Para 2013, a expectativa foi cortada de 5,60 a 5,54 por cento.
Na sexta-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou em junho para 0,73 por cento, ante alta de 1,01 no mês passado.
Outro sinal de perda de força dos preços foi o IPCA de maio, cuja alta desacelerou a 0,36 por cento em maio, após subir 0,64 por cento em abril.
Ainda segundo o Focus, a taxa de câmbio prevista pelo mercado para o fim de 2012 agora é de 1,95 real por dólar, frente a 1,90 real por dólar na semana passada.