Brasília – O mercado financeiro reduziu de 4,06% para 4% sua estimativa para a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2007, de acordo com pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central (BC). Para o economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Thadeu Filho, o porcentual poderá cair ainda mais e ficar abaixo dos 4% nas próximas rodadas da pesquisa. "É possível que tenhamos um IPCA de 3,8% no próximo ano", disse. Para este ano, a previsão permaneceu em 3,11%, porcentual menor que a meta de 4,50%.

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Com a projeção de inflação menor – e ainda mais abaixo da meta de 4,50% –, o mercado reduziu também sua estimativa para a taxa básica de juros, a Selic, no fim de 2007. A previsão passou de 12% para 11,75% ao ano. "Menos que isto, só com a mudança da atual diretoria do BC", ironizou o economista da UFRJ, fazendo referência ao notório conservadorismo da instituição na administração da política monetária. "O perfil da atual diretoria do BC aponta para a esta queda mais gradual dos juros", comentou. A Selic está hoje em 13,25% ao ano.

A pesquisa do BC mostrou ainda que a estimativa do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano se estabilizou em 2,76%. A estabilidade veio após seis semanas consecutivas de queda da previsão, que chegou a ficar acima dos 3% antes do início do ciclo de redução da estimativa. Para 2007, o mercado financeiro optou por manter a expectativa de expansão do PIB em 3,50%, já pela 17.ª semana seguida. O número, entretanto, é menor que os 3,80% estimados na semana passada pelo próprio BC.

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Mesmo com uma estimativa de juros mais baixa para o final do ano o mercado manteve sua previsão para a dívida líquida do setor público, em 2007, em 49% do PIB. O porcentual permanece muito próximo dos 50,10% do PIB esperados para o fim de 2006. Para alguns analistas, o aumento da participação dos títulos prefixados na dívida pública é que impedirá uma queda mais rápida do nível de endividamento no próximo ano. "O crescimento dos prefixados faz com que o impacto da redução dos juros sobre a dívida seja mais suave", comentou um especialista.