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indústria alimentícia

Mercado saudável movimenta US$ 35 bilhões por ano no Brasil

Sucesso do suco de uva sem açúcar e conservantes levou a empresa Famiglia Zanlorenzi a lançar uma linha de bebidas naturais, conta o diretor comercial Teodósio Piedrahita. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Sucesso do suco de uva sem açúcar e conservantes levou a empresa Famiglia Zanlorenzi a lançar uma linha de bebidas naturais, conta o diretor comercial Teodósio Piedrahita. (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

Apesar do desaquecimento da economia brasileira, o mercado de alimentação saudável experimenta um período de prosperidade nunca antes visto. As vendas deste tipo de produto praticamente dobraram (98%) no Brasil nos últimos cinco anos e cresceram acima da demanda por alimentos tradicionais (67%) no mesmo período, segundo pesquisa da consultoria Euromonitor.

O segmento movimenta US$ 35 bilhões ao ano no país (é o quarto maior mercado do mundo) e não é difícil entender o porquê disso. De acordo com o mesmo relatório, 28% dos brasileiros consideram o valor nutricional o mais importante na hora de consumir um produto, enquanto 22% dá preferência a alimentos naturais e sem conservantes.

Segundo Milena Maia, diretora da Blue PM, consultoria especializada no mercado saudável, o melhor momento do setor ocorreu no final de 2013 e início de 2014, mas nesse momento não há sinal de desaquecimento. “Os consumidores dão cada vez mais importância aos benefícios nutricionais. A crise [econômica] não foi tão devastadora porque essa consciência de saúde e qualidade de vida está acima de qualquer economia”, diz. Ela afirma que, diferentemente das dietas da moda, a alimentação saudável é uma tendência irreversível porque está enraizada em uma mudança de comportamento mais profunda, que vai da longevidade a uma nova forma de se relacionar com o meio ambiente.

Novo consumidor

De olho nesse mercado em expansão, a indústria tenta se adaptar ao perfil do novo consumidor, investindo em linhas saudáveis e buscando novos investidores e fornecedores. Quem aproveita esse “vento favorável” é a curitibana Jasmine, fabricante de produtos orgânicos como biscoitos, papinhas e grãos. A empresa, que cresce em média 20% ao ano, foi comprada no ano passado pela francesa Nutrition et Santé, subsidiária da farmacêutica Otsuka, do Japão.

O aporte financeiro vitaminou os planos para 2015 da Jasmine, que pretende lançar mais dez linhas de produtos e inaugurar outra fábrica em Campina Grande do Sul, na região de Curitiba. “O acompanhamento de pesquisas de mercado garante um portfólio atualizado conforme os desejos do cliente. Isso faz toda a diferença nas vendas”, explica Damian Allain, diretor de mercado da Jasmine.

Preferência

Menina dos olhos das indústrias de alimentos saudáveis, o mercado brasileiro de orgânicos cresce acima da média mundial. Segundo o Organics Brasil, em 2014 o segmento cresceu 25% e registrou faturamento de US$ 750 milhões. Segundo relatório da consultoria Nielsen publicado em janeiro, 33% dos consumidores declaram que dão preferência a alimentos orgânicos e estão dispostos a pagar mais caro por esses produtos. Nos últimos dois anos, a venda de orgânicos aumentou 28% no mundo.

Os alimentos funcionais também ganham cada vez mais espaço nas prateleiras. São aqueles alimentos ou ingredientes que, além das funções nutricionais básicas, produzem efeitos benéficos à saúde quando passam a fazer parte da dieta habitual.

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