A nova queda das bolsas asiáticas faz com que os mercados mundiais operassem com forte volatilidade nesta quinta-feira.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve um dia de muitas oscilações, acompanhando de perto a performance das bolsas americanas, que abriram em forte queda, chegaram a operar no azul após a divulgação de dados positivos sobre a produção manufatureira, mas acabaram encerrando os negócios em baixa.
O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, caiu 0,86%, aos 43.517 pontos e volume financeiro de R$ 4,094 bilhões. O risco-país apresentou alta de 2,08% e subiu um ponto, situando-se nos 186 pontos básicos.
DÓLAR - Após esboçar uma forte alta nos primeiros negócios, o dólar encerrou com ligeira baixa, em uma sessão volátil em meio à nova turbulência nos mercados globais com o aumento da aversão ao risco dos investidores e o temor de uma desaceleração da economia americana.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,09%, vendida a R$ 2,1190 . O dólar chegou a subir 0,99% durante a manhã, batendo os R$ 2,1420.
WALL STREET - Nos Estados Unidos, os mercados chegaram a cair mais de 2% na abertura. O cenário melhorou após a divulgação do Instituto de Gerenciamento do Abastecimento do país de que o índice da produção manufatureira ficou em 52,3 em fevereiro, contra 49,3 em março. Uma leitura acima de 50 mostra crescimento do setor.
O governo americano também revelou que o núcleo de preços ao consumidor (que exclui gastos com alimentação e energia) ficou em 2,3% na comparação anualizada de janeiro, contra 2,2% em dezembro de 2006. Ainda assim, os mercados recuaram, no fechamento.
O Dow Jones caiu 0,28%, a 12.234 pontos. O Nasdaq teve retração de 0,49%, a 2.404 pontos. O S&P, por sua vez, recuou 0,26%, a 1.403 pontos.
AÇÕES - Entre os destaques do índice da bolsa brasileira estão os papéis da Cemig, que subiram 12,15%, a R$ 101,50. A empresa anunciara, no dia anterior, que pretendia lançar ADRs lastreadas por ações ordinárias. Além disso, informou que iria elevar seu capital no Brasil em R$ 810,769 milhões, sendo que cada acionista detentor de um lote de 1.000 ações receberá outras 500, como bonificação.
A empresa também anunciou a distribuição de dividendos no valor de R$ 1,381 bilhão, valor quase equivalente a seu lucro de 2006, de R$ 1,718 bilhão.
EUROPA - Na Europa, as principais bolsas fecharam em baixa . Segundo o diretor da Prosper Gestão Júlio Martins a probabilidade é de que os mercados fiquem suscetíveis a qualquer divulgação de indicador econômico.
O cenário é de extrema volatilidade, sem tendência definida no curto prazo. Esse quadro deve perdurar até o início da semana que vem e qualquer notícia terá um impacto muito grande no mercado disse.
O especialista lembra que as variáveis macroeconômicas de curto e de médio prazo não mudaram, mas que as de longo prazo passaram para um território de indefinições.
Como o mercado de bolsas antecipa muito, as mudanças já acontecem agora, de olho no fim do ano e no início do ano que vem. Como o mercado está muito comprado e as bolsas ganharam muito nos últimos meses, há um risco maior de volatilidade avaliou.