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Agência eleva nota de dívida brasileira

Folhapress

Em meio à crise econômica mundial, a agência de classificação Standard & Poor’s informou ontem que elevou o rating soberano de longo prazo do Brasil de BBB- para BBB, e o rating de longo prazo da moeda de BBB+ para A. Ao mesmo tempo, reafirmou os ratings de curto prazo para país de A-3 para moeda estrangeira e A-2 para a moeda local. A perspectiva do país é estável. A nota de classificação de risco de uma empresa ou país, o rating, é uma opinião sobre a capacidade de esses agentes saldarem seus compromissos financeiros.

Segundo divulgou em nota a Standard & Poor’s, a administração de Dilma Rousseff demonstrou seu compromisso com metas fiscais, alargando o escopo para usar os instrumentos de política monetária para influenciar a economia doméstica. No mês passado, outra agência de classificação de risco, a Fitch, confirmou a nota de risco BBB do Brasil, com perspectiva estável. O rating BBB do Brasil foi obtido em abril, quando a Fitch elevou a nota soberana de crédito do país, que era BBB-.

Grau de investimento

O rating global de um país é a avaliação que uma determinada agência tem sobre o risco de essa nação não pagar os títulos de longo prazo que lançou no mercado internacional. Os países também são encaixados em categorias. Se a agência considera um país como "bom pagador", ele é classificado na categoria "grau de investimento". Se é visto apenas como um pagador de risco razoável, fica na categoria "grau especulativo", que também inclui nações que declararam moratória de suas dívidas.

As agências monitoram constantemente os países ou empresas. Dessa forma, quando lançam um "rating", também avisam quais as chances de a nota ser revisada no curto prazo. Um panorama positivo significa que a nota tem maiores chances de ser melhorada. Se é negativo, as maiores chances são de que haja um "downgrade" (seja revisada para baixo, uma nota pior). Se é estável, há poucas chances de que seja mudada nos dois anos seguintes.

O mercado da dívida da zona do euro ignorou os renovados esforços do Banco Central Europeu (BCE) para apoiar os bônus dos governos italianos e espanhóis. Ontem, a Espanha foi forçada a pagar yields (retornos ao investidor) recordes desde o início da era do euro. O Tesouro do país realizou um leilão de bônus de dez anos no qual vendeu 3,563 bilhões de euros. Mas o yield máximo pago foi de 7,088%, o maior nível desde a introdução do euro.

Ao fim do leilão, o yield médio ficou em 6,975%. Grécia, Portugal e Irlanda perderam acesso ao financiamento do mercado e precisaram buscar pacotes de ajuda após serem forçados a pagar yields de mais de 7% em leilões de seus bônus de dez anos. O resultado ocorre a três dias de o país realizar eleições gerais, no domingo.

O custo para assegurar a dívida soberana da Espanha também atingiu uma nova máxima ontem, subindo 29 pontos-base (para 496) após o leilão de títulos, disse a Markit. O swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) dos bônus de cinco anos da Espanha quebrou o nível recorde de fechamento de 476 pontos-base, registrado em 15 de novembro – o CDS é uma espécie de "seguro contra calote" que os investidores compram para se proteger contra defaults de governos.

"Ataque"

Vários países da zona do euro estão sob "ataque sistêmico" contra suas dívidas, mas a Espanha não corre o risco de necessitar um pacote de ajuda, afirmou ontem a ministra das Finanças, Elena Salgado. Ela disse que a sustentabilidade da Espanha está fora de dúvida, apesar do resultado do leilão de ontem. Os custos de empréstimos da França também subiram, quando o governo vendeu 6,98 bilhões de euros de bônus de prazo médio.

A estrategista de mercado da BG Partners, Louise Cooper, listou o aumento nos custos para empréstimos de França, Espanha e Itália. "O furacão está se aproximando", advertiu. A Fitch advertiu ontem que, se os yields dos bônus da Itália ficarem no mesmo patamar de alta, isso "deixaria a dívida pública do país em um caminho insustentável". A agência de rating notou que é fundamental para a Itália manter acesso ao mercado.

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