O discurso nacionalista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, durante solenidade de assinatura dos contratos para a encomenda pela Petrobras de nove navios ao consórcio Rio Naval, não agradou ao mercado.
Analistas viram, com restrições, as declarações do presidente sobre o uso da Petrobras como instrumento de política desenvolvimentista. Na ocasião, Lula afirmou, sob aplausos, que não queria fazer da estatal uma empresa lucrativa, mas sim uma empresa cidadã.
O especialista Adriano Pires Rodrigues, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), disse que para usar a Petrobras em negócios não lucrativos deveria fechar seu capital.
Essas declarações são preocupantes porque o governo é o controlador, mas a empresa tem que prestar contas aos minoritários. Se o governo quiser ajudar o setor naval deveria criar um fundo com recursos para isso criticou Adriano Pires.
O chefe de Análise da Brascan Corretora, Felipe Cunha, também analisa as declarações de Lula com apreensão, porque a companhia deve buscar o lucro.
A Petrobras é um importante instrumento de desenvolvimento nacional, mas isso deve ser conseqüência de uma atuação eficiente de seus projetos. A sinalização é negativa destacou.