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Repasse

Confira como funciona a estratégia do BCE para capitalizar os bancos europeus:

Os problemas

Captação

Por causa da crise das dívidas, bancos europeus enfrentam dificuldades para captar recursos no mercado, o que reforça a ameaça de uma contração de crédito.

Dívidas a vencer

O Banco Central Europeu calcula que bancos europeus têm mais de 600 bilhões de euros em dívidas a vencer em 2012, sendo 230 bilhões de euros no início do ano.

O remédio

Condições

O BCE facilitou as condições para bancos tomarem empréstimos, estendendo os prazos de pagamento (de 12 para 36 meses) e ampliando o escopo de garantias aceitas.

Estreia

Mais de 500 bancos tomaram 489 bilhões de euros (cerca de R$ 1,1 trilhão) na estreia da operação, numa demanda bem superior à esperada por especialistas.

O impacto

Cenário 1

Bancos usam capital emprestado a 1% ao ano para comprar títulos de países que pagam 5%, numa estratégia conhecida como "carry trade".

Cenário 2

Bancos direcionam capital para empréstimos a empresas e consumidores, amenizando a ameaça de um credit crunch (contração de crédito).

A reação

Desconfiança

As principais bolsas de valores caíram, enquanto os juros dos títulos soberanos aumentaram (sinal de desconfiança dos investidores). Especialistas avaliam que a alta demanda dos bancos é um possível indício de que a situação do setor é ainda mais grave do que se pensava.

Fonte: BCE

Premiê grego pede reforma da Previdência

O primeiro-ministro da Grécia, Lucas Papademos, disse que o país precisa avançar com as reformas no sistema de pensão até meados de janeiro, antes de os credores internacionais voltarem para a mesa de negociação com o governo. "Nas próximas semanas precisamos avançar com reformas estruturais e preparar um programa econômico confiável para termos negociações eficientes com a troica", disse Papademos, referindo-se às discussões que terá no mês que vem com representantes do FMI, do BCE e da Comissão Europeia. As reformas no sistema de seguridade social da Grécia terão como objetivo reduzir os déficits anuais de 900 milhões de euros por meio de fundos de pensão suplementares e por uma redução de 15% no dinheiro distribuído aos beneficiários.

Agência Estado

Mais de 500 bancos da zona do euro recorreram ontem a uma linha de crédito emergencial do Banco Central Europeu (BCE) e tomaram em­­prestados 489,2 bilhões de euros (R$ 1,2 trilhão) por até três anos. O volume ultrapassou todas as expectativas, e deu uma dimensão real das dificuldades que a banca encontra para se manter de pé.

O BCE emprestou o dinheiro a 523 bancos a taxa de juros baixíssima, de 1% ao ano. A medida pretende encorajar os bancos a usar parte desse dinheiro barato para reativar empréstimos a famílias e empresas, estimulá-los a comprar títulos dos países mais vulneráveis (que hoje oferecem juros bem maiores que o 1% que os bancos pagarão ao BCE) e tranquilizar o mercado sobre as necessidades de financiamento que os bancos terão ao longo de 2012. A ação do BCE possibilitou aos bancos levantar dois terços do que precisariam buscar no mercado no ano que vem, o que deve reduzir a pressão sobre eles. Para reforçar o cumprimento de seus objetivos, o BCE fará nova oferta de dinheiro barato aos bancos em fevereiro.

Ainda é difícil estimar se o plano do BCE resgatará a Europa – onde a atividade vem caindo – ou se os bancos de fato usarão o dinheiro barato para comprar títulos de governos encrencados. O estatuto do BCE não permite (e a Alemanha é contra) que ele compre diretamente títulos estatais e financie governos. Por isso, a instituição está emprestando aos bancos.

O fato é que nos últimos meses grandes bancos como HSBC, Deutsche Bank e Royal Bank of Scotland diminuíram significativamente o volume de títulos estatais de Espanha, Itália, Grécia e Irlanda em suas carteiras. Depois de um em­­préstimo semelhante feito pelo BCE aos bancos em 2009 (mas com prazo de um ano), nem a metade dos 442 bilhões de euros tomados acabou destinada a títulos estatais, segundo estimativa do Deutsche Bank.

Ontem, os juros pagos por títulos de Espanha e Itália subiram, sinalização inicial de que o mercado talvez não acredite que os bancos usarão o dinheiro para financiar esses países. Também não é certo que os bancos destinarão grande parte dos recursos tomados no BCE para novos empréstimos a consumidores e empresas – que, por sua vez, relutam em aumentar seu endividamento. Uma das apostas é de que a maioria desses 523 bancos acabe usando a maior parte do dinheiro para se proteger.

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