A queda nas tarifas de ônibus ajudou a conter a inflação| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Controle

Sem administrados, IPCA estaria perto de 8%, diz economista

Agência Estado

O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore acredita que o IPCA deve subir perto de 6% neste ano e atingir 6,5% em 2014. "A inflação no país está reprimida", comentou, referindo-se às medidas que o governo adotou para conter a elevação dos preços, como a decisão de não elevar as tarifas de passagens de ônibus em grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. "Sem preços administrados, a inflação no Brasil está rodando perto de 8%", afirmou.

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, que o IBGE divulga amanhã, deve trazer boas notícias para o governo e o bolso dos consumidores. A expectativa média do mercado – traduzida pelo relatório Focus, do Banco Central – é de que o índice tenha ficado em 0,04% no mês, o que traria a inflação acumulada em 12 meses para baixo do teto da meta, caindo de atuais 6,70% para 6,24%.

O Focus também indicou uma leve melhora no cenário da inflação para 2013 e 2014. Há um mês, a projeção para o IPCA acumulado no fim deste ano era de 5,87%; agora, está em 5,75%. As previsões para a inflação consolidada em 2014 também baixaram, de 5,90% um mês atrás para 5,87% hoje.

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Os números mostram que, na opinião do mercado, o próximo ano terá inflação um pouco mais forte que neste – e, em ambos os casos, acima do núcleo da meta, que é de 4,5%. Mesmo assim, especialistas excluem a possibilidade de um descontrole dos preços.

Segundo o economista Fernando Parmagnani, da Rosenberg e Associados, as manifestações que mobilizaram o país em junho tiveram um impacto grande sobre o reajuste de preços administrados – as tarifas de ônibus, por exemplo, caíram em várias capitais. Além disso, ele destaca o "efeito eleições", que deve fazer com que o governo se dedique ao controle da inflação com mais empenho em 2014.

"Provavelmente chegamos ao pico da inflação acumulada. O pior parece ter ficado para trás", afirma Parmagnani. Ele pondera, no entanto, que há um descompasso entre a política de controle inflacionário do Banco Central por meio da alta da taxa básica de juros e a política fiscal mais frouxa do governo, com gastos nas alturas.

Para o economista Guilherme Souza e Silva, consultor do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), o Banco Central continua perseguindo as metas de inflação por meio de sua política monetária. Exemplo é a taxa básica de juros (Selic), que voltou a subir nos últimos meses.

Além disso, avalia Silva, o governo deve lançar mão de outros mecanismos de controle para conter o avanço dos preços, avalia. "Recentemente o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou a possível redução da tarifa de alguns produtos importados, para amenizar a alta do câmbio", afirmou.

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