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Após ajudar Goldman Sachs e GE, megainvestidor decidiu socorrer o BofA | Mike Segar/Reuters
Após ajudar Goldman Sachs e GE, megainvestidor decidiu socorrer o BofA| Foto: Mike Segar/Reuters

COMPRA DE AÇÕES

Warren Buffett ajuda maior banco dos EUA a resgatar confiança

O investidor Warren Buffett anunciou ontem que vai investir US$ 5 bilhões no maior banco dos Estados Unidos, o Bank of America, alvo de preocupações do mercado.

O investimento foi visto como uma espécie de ajuda à instituição, conhecida como BofA, nos mesmos moldes em que ajudou o Goldman Sachs e a GE em 2008. Apesar da avaliação de que foi uma ajuda, Buffett terá retorno com a operação de 6% ao ano, taxa elevada se comparada ao juro zero dos títulos dos EUA.

O anúncio fez com que as ações da instituição subissem 9,44% em Nova York. O bilionário, que pediu aumento de imposto para os ricos americanos, disse que teve a ideia de comprar ações do BofA no banho e fechou o acordo em 24 horas. O banco alega que não precisa de socorro, mas o mercado desconfia de problemas no balanço por causa dos prejuízos que teve com hipotecas na crise.

Alívio

O aporte do megainvestidor traz alívio aos que se preocupavam com a capacidade do BofA de cumprir as exigências de capital do sistema financeiro internacional. "É impressionante quanto vale um pequeno abraço de Buffett", disse o economista James Armstrong. (Folhapress)

Os principais índices do mercado de ações na Europa e nos Estados Unidos fecharam em queda, em meio à expectativa em relação à reunião de hoje do Fed, o Banco Central norte-americano, e a receios – posteriormente confirmados – de que os países que adotaram restrições temporárias às vendas a descoberto alongassem o prazo dessas medidas. Na esteira do mercado internacional, a Bovespa também teve queda, de 1,57%.

Durante o pregão europeu de ontem, a Autoridade Euro­peia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA, na sigla em inglês) prometeu um anúncio sobre a eventual prorrogação da atual proibição das vendas a descoberto (operação em que o investidor vende um papel que ainda não tem em mãos) de certas ações. Os investidores, diante disso, se prepararam para o potencial alongamento no prazo dessas restrições. Londres caiu 1,44%, Paris perdeu 0,65%, Frankfurt teve queda de 1,71% e Milão recuou 0,24%.

Após o fechamento das bolsas europeias, a França, a Itália e a Espanha anunciaram que prorrogarão o prazo das proibições impostas há duas semanas às vendas a descoberto. A Bélgica, que havia restringido por tempo indeterminado esse tipo de prática, divulgou que voltará atrás apenas quando as condições de mercado permitirem. A ESMA divulgou que coordenou a decisão desses países.

Segundo Atif Latif, diretor de negócios da Guardian Stock­brokers em Londres, tudo isso gerou expectativas de que "os governos [europeus] vão harmonizar as restrições às vendas a descoberto, de forma que hoje seria a última oportunidade para assumir posições vendidas na Alemanha", por exemplo. Mas o Ministério das Finanças da Alemanha negou que o país esteja planejando ampliar as normas que proíbem a venda de ações a descoberto.

Estados Unidos

Em Nova York, o Dow Jones caiu 1,51% ontem e a Nasdaq recuou 1,95%. Os índices norte-americanos foram pressionados por dados fracos sobre os pedidos de auxílio-desemprego no país e pela cautela antes do discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, previsto para hoje. O pregão foi movimentado também pela sucessão na Apple e pela intervenção de Warren Buffett no Bank of America (leia mais nesta página).

Para Brian Lazorishak, gerente de portfólios do Chase Investment Counsel, "o declínio de hoje [ontem] não é nada mais que um recuo da breve e forte recuperação que observamos recentemente", em grande parte motivada por expectativas de que Bernanke sinalizará hoje a adoção de novas medidas de estímulo econômico por parte do Federal Reserve.

Mas Robert Pavlik, estrategista-chefe de mercado da Banyan Partners, disse que as vendas de ontem refletem "a percepção de que esse estímulo não será anunciado no discurso" de Bernanke. Segundo ele, o presidente do Fed "vai tentar garantir aos investidores que ainda há ferramentas para ajudar o mercado se houver mais correção ou se a economia continuar a piorar". Ele acrescentou que o discurso "será a mesma coisa de sempre".

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