Ministros de Finanças do G7 e do G20 reuniram-se três vezes em conferências telefônicas no fim de semana com o objetivo de traçar uma estratégia para acalmar os investidores antes da abertura dos mercados da Ásia, na noite de ontem. A pauta foi dominada pelo rebaixamento da nota dos títulos públicos dos Estados Unidos pela agência Standard & Poors e pela crise das dívidas da Europa.
Uma amostra do pânico já veio do Oriente Médio, onde as bolsas abrem no fim de semana. Na Arábia Saudita, a bolsa de Riad, a única a funcionar no sábado, caiu 5,45%. Ontem, ela perdeu 5,5% na abertura, mas fechou em 0,08%. Já a bolsa de Tel-Aviv, em Israel, teve o pregão de ontem interrompido após a abertura, quando o índice TA-25 despencava 6,99% e o TA-100, mais amplo, estava em queda de 7,2%. Em Tóquio, no Japão, a abertura da segunda-feira foi menos dramática. Às 22h50 (horário do Brasil) de ontem, o índice Nikkei 225 caía 1,35%.
Ontem à noite, os ministros do G7 (Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Reino Unido e Itália) emitiram um breve comunicado. "Comprometemo-nos a adotar ações coordenadas quando necessário, para garantir liquidez e para ajudar no funcionamento dos mercados financeiros, na estabilidade financeira e no crescimento econômico", disseram. O grupo, no entanto, não fez referência a uma possível intervenção conjunta no mercado de câmbio.
Os ministros do G20 também discutiram a crise por telefone no sábado à noite, horário do Brasil. De acordo com o ministro adjunto de Economia da Coreia do Sul, Choi Jong-Ku, nenhum detalhe seria fornecido ao público. Jong-Ku fez apenas um sinal de confiança aos EUA, afirmando que seu país não abandonará os títulos da dívida americana, mesmo com o rebaixamento de AAA o grau máximo para AA+. "Nenhuma alternativa fornece tal estabilidade e liquidez", justificou.
Casa Branca
Ao contrário dos dois domingos anteriores, quando o presidente dos EUA, Barack Obama, fez pronunciamentos públicos para acalmar a abertura dos mercados na Ásia, ontem a Casa Branca manteve-se calada. A única exceção foi a repercussão positiva da decisão do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, de manter-se no cargo durante todo o período de campanha eleitoral de 2012.
Também ontem, o ex-conselheiro-chefe de Obama para a área econômica, Lawrence Summers, advertiu na CNN para o risco de uma nova recessão a segunda, desde 2008 e atacou a tomada de decisão pela S&P em um momento de debilidade da economia americana.