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pdv sem adesão

Mercedes-Benz anuncia que demitirá 1,8 mil no Brasil a partir de setembro

Em assembleia, sindicato dos metalúrgicos aprovou uma paralisação de protesto contra as demissões | Adonis Guerra/SMABC/Divulgação
Em assembleia, sindicato dos metalúrgicos aprovou uma paralisação de protesto contra as demissões (Foto: Adonis Guerra/SMABC/Divulgação)

Em comunicado enviado a seus 9,8 mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campos, a Mercedes-Benz informou que diante da baixa adesão ao Programa de Demissão Voluntária (PDV), aberto entre 1º de junho e encerrado em 25 de julho passado, terá que demitir 1.870 empregados a partir de setembro. O excedente de funcionários da empresa chega a 2,5 mil funcionários, e apenas 630 aderiram ao PDV. O sindicato dos metalúrgicos do ABC informou que os trabalhadores decidiram paralisar as atividades por um dia em protesto contra as demissões anunciadas.

“Com o intuito de manter a nossa transparência e atualizá-los sobre a difícil situação de nossa empresa, frente a uma das piores crises econômicas do país, informamos que o excedente da planta de São Bernardo, que no início do ano era de cerca de 2.000, já supera 2.500 colaboradores, após sucessivas reduções de produção. Adicionalmente, continuamos sem nenhum sinal de reação do mercado brasileiro em 2017, o que pode piorar ainda mais a situação”, diz carta assinada pelo presidente da companhia no Brasil, Philipp Schiemer e enviada na terça-feira (2) aos funcionários.

Nesta quinta (4), a Anfavea, associação que reúne as montadoras, informou que as vendas caíram 20,3% em relação a julho do ano passado.

Na Mercedes, que fabrica ônibus e caminhões na planta de São Bernardo, há 1.400 funcionários em licença remunerada. A empresa vinha alertando que estava tomando todas as medidas estão para evitar demissões e que o diálogo com o sindicato é constante. A Mercedes aderiu ao chamado Programa de Proteção ao Emprego (PPE) em setembro de 2015. Com isso, houve redução de 20% da jornada de trabalho e 10% dos salários. O PPE foi estendido até maio passado e não foi renovado. Após seu término, os empregados têm mais três meses de estabilidade, que terminam em 31 de agosto.

“Não temos como suportar excedente de colaboradores tão alto e volumes de produção extremamente reduzidos há tanto tempo. Por isso, lamentamos que o único caminho a seguir seja o ajuste do nosso quadro de pessoal”, diz a nota da Mercedes.

O sindicato dos metalúrgicos do ABC informou que procurou a empresa após a divulgação do comunicado para tentar negociar. Mas não houve acordo. Em assembleia realizada na manhã desta quinta, a categoria decidiu protestar paralisando as atividades por um dia.

“Procuramos a empresa logo após tomarmos conhecimento do comunicado e tentamos apresentar medidas alternativas, mas a empresa se mostrou irredutível. Sabemos que há queda na produção, mas acreditamos que existam outras formas de atravessar este período, como a renovação do PPE, layoff, ou outros instrumentos que preservem empregos”, afirmou em nota divulgada o vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC e trabalhador na Mercedes, Aroaldo Oliveira.

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