O Mercosul pretende negociar um "acordo à parte" com a União Europeia para o setor automotivo, que inclua compromissos de transferência de tecnologia e incentivo à produção local de automóveis. As negociações entre os dois blocos para um acordo de livre comércio foram retomadas oficialmente no dia 17 de maio e a primeira reunião será realizada no fim de junho em Buenos Aires, conforme informou o subsecretário de Integração Econômica da Argentina, Eduardo Sigal. "Decidimos ter como elemento de negociação os setores automobilístico e autopeças, mas não simplesmente entregando-os aos europeus", completou o diretor-geral de Mercosul do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, Pablo Grinspun.
Uma melhor oferta no setor automotivo é uma exigência da Europa. Ainda na fase anterior à retomada oficial das negociações, o Mercosul indicou que poderia eliminar as tarifas em 15 anos. A proposta anterior previa redução de 20% a 50% da tarifa de importação, mas sem zerar a taxa. Segundo o diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, Evandro Didonet, a proposta vai ser discutida com o setor privado, mas o objetivo do Mercosul é incentivar a produção de carros e autopeças localmente.
Ele confirmou que a negociação automotiva será "um pacote separado", mas reforçou que não será finalizada antes dos demais setores. As regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) impedem acordos setoriais com países ricos. As montadoras são favoráveis a um acordo com a UE, porque muitas estão sediadas no Velho Continente. Segundo uma fonte do setor, no entanto, os governos brasileiro e argentino ainda não mencionaram contrapartida de investimento.
Os fabricantes de autopeças instalados no Brasil estão receosos com a retomada das negociações e enviaram uma carta ao governo. No ano passado, o Brasil teve um saldo negativo de US$ 2,26 bilhões com a Europa em autopeças, equivalente a 90% do déficit total do setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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