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A chefe do governo alemão, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, tentarão na quinta-feira (23) dar sinais de unidade durante uma reunião em Berlim, na qual discutirão o futuro da Grécia no euro.

Ambos os países serão fundamentais na decisão de flexibilizar ou não o plano de austeridade imposto a Atenas em troca de ajuda financeira.

A Grécia, que entrou em seu quinto ano de recessão consecutivo, deve efetuar um ajuste suplementar de 11,5 bilhões de euros mediante novos cortes orçamentários e reformas estruturais.

O primeiro ministro grego, Antonis Samaras, pretende ampliar em dois anos - de 2014 al 2016- o prazo para o retorno ao equilíbrio das contas públicas.

"Tudo o que queremos é um pouco de ar para respirar, para por em marcha a economia e aumentar a arrecadação do estado", disse Samaras em uma entrevista ao jornal popular alemão Bild, publicado nesta quarta-feira.

"Mais tempo não significa automaticamente mais dinheiro", disse Samaras.

Até o momento, a Alemanha rejeitou qualquer renegociação do plano de ajuda e tem se limitado a repetir nas últimas semanas que não adotará nenhuma posição antes da publicação de um relatório da "Troika" de credores internacionais formada pela União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

O relatório, previsto para setembro, deve avaliar o avanço das reformas aplicadas, das quais depende o aporte de uma ajuda suplementar de 31,500 bilhões de euros.

Acordo

Durante uma visita nesta quarta-feira à Moldávia, Merkel confirmou essa posição e descartou a possibilidade de chegar a um acordo sobre os termos do resgate financeiro à Grécia na reunião que manterá na sexta-feira com Samaras em Berlim.

"Não haverá uma solução na sexta-feira", disse Merkel. "Esperaremos pelo relatório da troika e então decidiremos". Já a posição da França parece mais flexível.

Sem dinheiro fresco, o governo grego entrará em default, o que equivaleria a uma saída do euro, dizem analistas.

"Contudo, a linha alemã não está ainda completamente definida, ainda há uma certa margem para manobra", disse Claire Demesmay, do Instituto Alemão de Relações Exteriores (DGAP). "Além disso, Hollande pode mostrar-se menos ofensivo, à medida que ele atinge o pacto de crescimento almejado", completou Demesmay.

"Os mercados precisam saber se a visão é a mesma em Paris e em Berlim, e por isso há um grande interesse na reunião entre François Hollande e Angela Merkel", disse à AFP Ulrike Guérot, pesquisadora do Conselho Europeu de Relações Exteriores.

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