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Financiamentos

Mesmo com a queda da Selic, juros do crediário voltam a subir

Apesar da queda da Selic, a taxa de juros das operações de crédito subiram em janeiro, segundo pesquisa divulgada ontem pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,08 ponto porcentual e passou de 7,49% ao mês (137,91% ao ano) para 7,57% ao mês (140,05% ao ano). Para a pessoa jurídica, a taxa de juros média apresentou uma elevação de 0,09 ponto porcentual de 4,35% ao mês (66,69% ao ano) em dezembro de 2008 para 4,44% ao mês (68,42% ao ano) em janeiro deste ano.

Adiamento

De acordo com o economista coordenador da pesquisa, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o levantamento mostra que as instituições financeiras estão adiando a redução dos juros mesmo com a decisão do Banco Central de reduzir em um ponto a taxa básica de juros (Selic). "Embora a queda da Selic demore cerca de quatro meses para chegar à economia real, ela tem um efeito quase imediato, de cerca de 15 dias, sobre as operações do crediário. Porém os bancos e as financeiras não estão seguindo essa tendência", diz. Os juros subiram em janeiro depois de caírem em dezembro, quando tiveram a primeira queda após sete altas consecutivas.

Inadimplência

Para Oliveira, o aumento da inadimplência pode ser uma explicação para essa demora. "Os bancos estão mais seletivos. A expectativa de um crescimento menor da economia e do avanço do desemprego aumenta o conservadorismo dos bancos, que elevam os juros para compensar as perdas com o calote" diz.

A pesquisa detectou aumento das taxas nas operações de crédito ao consumidor (CDC), nas linhas de financiamento de veículos, nos empréstimos pessoais em bancos e financeiras e nas taxas do comércio. Os juros do cheque especial e do crediário ficaram estáveis.

Prazos mais curtos

Apesar de estáveis em relação ao ao mês anterior, os prazos de financiamento estão em patamares bem menores dos praticados em janeiro do ano passado. "A partir de setembro, com o agravamento da crise, os prazos sofreram um encolhimento", afirma. O prazo médio de financiamento de veículos caiu de 42 meses para 33 meses. Para outros financiamentos, reduziu de 36 meses para 12 meses.

O levantamento mostra ainda que ao longo dos últimos anos, a queda da Selic não foi acompanhada de uma redução das taxas do crediário. De setembro de 2005 até o mês passado, houve uma redução de sete pontos porcentuais – de 19,75% ao ano para 12,75% ao ano na Selic. Na mesma base de comparação, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma redução de 1,07 ponto porcentual – de 141,12% ao ano para 140,05% ao ano.

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