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Mercado financeiro

Mesmo com ajuda à AIG, Bolsa desaba mais de 5%

A preocupação dos investidores de que o resgate da seguradora norte-americana American International Group (AIG) não seja suficiente para amenizar a turbulência que atinge os mercados está derrubando as bolsas mundiais nesta quarta-feira, 17. Depois de abrir em queda, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aprofundou a queda e recuava 5,66% às 14h19, aos 46.441 pontos.

O mercado norte-americano também abriu em forte queda, com o índice S&P 500 chegando a cair mais de 2%, à medida que uma alta das taxas interbancárias se juntavam aos temores de contração do crédito no sistema financeiro global.

Além disso, as ações do setor financeiro estavam em declínio, com o índice financeiro caindo 2,99%. Às 10h51 (horário de Brasília), o índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuava 3,21%. O termômetro de tecnologia Nasdaq caía 3,74% e o índice Standard & Poor's 500 tinha desvalorização de 3,78%.

No pré-mercado em Wall Street, as ações da AIG caíram 42%. Outro destaque do setor era o Morgan Stanley, cujos papéis recuavam 17%. O banco de investimentos divulgou na terça-feira o seu balanço trimestral, que apontou queda de 7% do lucro líquido. Além disso, a rede de televisão CNBC informou que a equipe administrativa do Morgan está estudando se continuará independente, tendo em vista a turbulência atual.

Nesta quarta, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou um programa de financiamento destinado a fornecer caixa para o Federal Reserve (Fed) usar em suas tentativas de reduzir as pressões de liquidez nos mercados financeiros. Segundo o Tesouro, serão vendidos US$ 40 bilhões em títulos de 35 dias. Um leilão está marcado já para esta quarta-feira.

O comportamento dos mercados na região do Pacífico, porém, parece não deixar dúvidas de que a salvação da seguradora americana, um dos capítulos mais dramáticos desta crise, de nenhuma forma reduziu as incertezas. Poucas horas depois de o BC americano confirmar o plano para a AIG, os BCs do Japão, Índia e Austrália tiveram de atuar nos mercados injetando recursos. Só o BC japonês colocou US$ 28 bilhões, totalizando US$ 51 bilhões em quatro intervenções nos últimos dois dias.

Um dia antes, os BCs já haviam aberto seus cofres. Na terça-feira, as atuações somadas do Fed e dos BCs da Europa, Inglaterra e Japão somaram US$ 210 bilhões. Depois que grifes de Wall Street como Lehman Brothers, Merril Lynch, Bear Sterns e AIG foram à lona, a vida dos tomadores de crédito parece mais difícil do que nunca.

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